O setor de serviços tecnológicos, que engloba organizações de tecnologia da informação, telecomunicações e mídia, e empresas de internet encerrou o ano com 969 operações de fusões e aquisições em todo o país. Esse desempenho é 10,4% inferior ao registrado em 2021, quando foram concluídas 1.082 transações. Os dados são de uma pesquisa realizada trimestralmente pela KPMG com 43 setores da economia brasileira.
De acordo com o relatório, empresas de internet registraram 640 negociações entre janeiro e dezembro passado. Na sequência, aparecem os setores de tecnologia e informação, com 268 operações, e as organizações de telecomunicações e mídia, com 61. Com relação ao tipo de transação, do total realizado em 2022, a maioria (595) envolveu empresas domésticas. Outras 302 operações foram realizadas no formato CB1, quando uma companhia estrangeira adquire capital no Brasil, mais 44 como CB4, modalidade em que uma empresa estrangeira adquire, também de estrangeiros, uma organização estabelecida no Brasil, 17 de CB2, que são empresas de capital majoritário brasileiro adquirindo, de estrangeiros, capital de empresa estabelecida no exterior, e 11 de CB3, que são organizações de capital majoritário brasileiro adquirindo, de estrangeiros, capital de empresa estabelecida no Brasil.
“O ano calendário que se inicia mostra desafios domésticos e internacionais sob o ponto de vista de fusões e aquisições, mostrando que muitos processos que aconteceram em 2022 passarão por uma realização destes investimentos para eventual avaliação do pipeline de oportunidades e subsequentes materializações de novas transações”, analisa o sócio-líder de Tecnologia, Mídia e Telecomunicações KPMG no Brasil e na América do Sul, Márcio Kanamaru.
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Companhias de internet, São Paulo e operações domésticas são os destaques:
A pesquisa da KPMG também revelou que o número de fusões e aquisições ao longo de 2022 registrou queda de 12% na comparação com 2021. De janeiro a dezembro de 2022 foram 1.728 negociações. Apesar da baixa, esse desempenho representa o segundo melhor ano da série histórica.
“O ano de 2022 foi o segundo mais forte em nossa série histórica, elaborada desde 2003. Apesar disso, observou-se uma redução gradativa no número de transações desde o primeiro trimestre. O principal motivo para essa queda foi a redução do apetite dos investidores por empresas de tecnologia, que têm historicamente contribuído com a grande maioria do número de transações. Outros motivos que justificam essa queda foram a piora do cenário econômico internacional e o aumento das incertezas de médio e longo prazo no cenário econômico local, acentuado no segundo semestre do ano”, analisa Luís Motta, sócio líder de Fusões e Aquisições Proprietárias da KPMG no Brasil.
Com relação aos setores que mais realizaram operações no ano passado, além das instituições financeiras, os destaques foram as companhias de internet, que lideraram com 640 transações, e tecnologia da informação, com 268. Dos estados brasileiros, São Paulo aparece na lista com 1.109 negócios fechados, seguido por Minas Gerais com 130 e por Rio de Janeiro com 106.