Após denúncia da Fenacor, LTI e Loovi Seguros enviaram posicionamento ao jornal O Globo
No último dia 28 de fevereiro, a Federação Nacional dos Corretores de Seguros (Fenacor) apresentou denúncia por supostas irregularidades da Loovi e da LTI Seguros à Superintendência de Seguros Privados (Susep). A empresa é conhecida nas redes por ter entre um de seus investidores o coach e ex-candidato do PRTB à prefeitura de São Paulo, Pablo Marçal, e é liderada pelo executivo Quézide Cunha.
Entenda o caso
De acordo com a Fenacor, a Loovi Seguros se apresenta como sociedade seguradora autorizada pela Susep, embora não possua tal registro. Na realidade, segundo a entidade, trata-se de uma representante de seguros operada pela CW Technology, que estaria atuando como seguradora sem a devida autorização do órgão regulador. A federação afirma que essa prática pode induzir consumidores ao erro, o que configuraria propaganda enganosa e afronta ao Código de Defesa do Consumidor.
A LTI Seguros, por sua vez, participa do programa Sandbox da Susep (2ª edição), o que lhe permite atuar em seguros de danos com capital autorizado de R$ 1,3 milhão. No entanto, a Fenacor destaca que a controladora da LTI Seguros seria uma das sócias da CW Technology, o que poderia configurar falta de transparência na informação prestada aos consumidores.
A Fenacor também pede a investigação da promoção de sorteios de cobertura grátis de seguro por um ano sem o devido registro ou autorização da Secretaria de Prêmios e Apostas da Fazenda.
O que dizem Marçal, LTI e Loovi Seguros
Em posicionamento enviado à coluna de Malu Gaspar, em O Globo, Marçal negou ser sócio da empresa. Disse ser investidor, assim como em dezenas de outras companhias. Sobre a falta de registro na Susep, ele indicou que não existe nenhuma irregularidade. “A Loovi é uma insurtech e a LTI é da mesma holding”, justificou.
Em nota, a LTI e a Loovi Seguros indicaram integrar o mesmo grupo econômico. “A Loovi e a LTI Seguros fazem parte do mesmo grupo econômico, com a LTI devidamente autorizada pela Susep (Portaria nº 8.091/2023) e a Loovi atuando como sua representante na distribuição de seguros. Ambas operam com transparência e em total conformidade com a regulamentação do setor”, pontuou. “Ressaltamos, portanto, que as operações seguem as normas vigentes, sendo as alegações infundadas. Além disso, reforçamos nosso respeito aos corretores de seguros e convidamos profissionais interessados a conhecer e comercializar nossos produtos”, finalizou a resposta ao jornal.
O que diz a Susep
A Susep confirmou a apuração da situação em nota enviada ao Universo do Seguro: “No caso de recebimento de denúncias, a Susep atua em conformidade com a legislação vigente. Conforme previsto, após o recebimento da denúncia e a conclusão da instrução do processo administrativo, em que são garantidos de maneira ampla o direito de defesa e do contraditório, a Administração dispõe de até 30 dias para decidir, salvo prorrogação por igual período, devidamente motivada”, explicou a autarquia que supervisiona o setor de seguros no Brasil. “A denúncia apresentada na data de 28 de janeiro de 2025 será processada seguindo todos os parâmetros legais e administrativos”, concluiu a Superintendência.