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Mensalidade escolar pressiona inflação em fevereiro: por que educação custa tão caro?

Proposta da Escola Vereda é manter a qualidade de ensino por preços acessíveis / Foto: Bernardo do Campo / Divulgação
Proposta da Escola Vereda é manter a qualidade de ensino por preços acessíveis / Foto: Bernardo do Campo / Divulgação

Para especialista, escassez de qualidade no ensino brasileiro torna o setor mais vulnerável a aumentos arbitrários e acima da inflação

O último levantamento do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mostra que os preços subiram 0,83% em fevereiro. Dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados, sete tiveram alta. A maior variação veio da educação, com 4,98%. Outros destaques foram os grupos de alimentação e bebidas (0,95%) e transportes (0,72%).

Em educação, os cursos regulares aumentaram 6,13% no começo de 2024. Nesse sentido, as maiores variações vieram do ensino médio (8,51%), do ensino fundamental (8,24%) e da pré-escola (8,05%). Curso técnico (6,14%), ensino superior (3,81%) e pós-graduação (2,76%) também registraram altas.

“Educação de qualidade é um serviço básico. É comprovado que quanto mais você estuda, maior é a sua capacidade de gerar renda. Consequentemente, é um diferencial realmente importante e que tem valor para a sociedade”, destaca Bruno Vieira Carvalho, Diretor Financeiro da Escola Vereda. Para o profissional, a escassez de qualidade no ensino brasileiro torna o setor mais vulnerável a aumentos arbitrários e acima da inflação. “Com essa dinâmica, as escolas tradicionais não sentem necessidade de ter eficiência operacional. Fica confortável repassar o preço, porque se trata de um serviço essencial e escasso”.

Equação inteligente

“Na contramão do mercado, a proposta da Escola Vereda é inovadora: por uma mensalidade a partir de R$ 1.228,71, a instituição oferece educação integral para alunos do ensino fundamental e médio (8 horas todos os dias na escola, sempre com professores), inglês todos os dias, aulas de programação, teatro e esportes. Alimentação equilibrada (café da manhã e almoço) e os livros didáticos também estão completamente incluídos na mensalidade. Não há mais nenhum pagamento por parte das famílias”.

A administração da escola consegue manter o equilíbrio das contas por meio de uma gestão que usa muita tecnologia (aplicativos próprios são utilizados para dar agilidade ao registro de atividades do dia a dia) e inteligência (eliminando as janelas de aulas e zerando o tempo ocioso dos professores, por exemplo). “Como a gente consegue? Olhando com muito cuidado para a questão dos custos, para a eficiência operacional, reduzindo despesas. Repare: reduzir as despesas, não os investimentos”.

Carvalho esclarece ainda que, por uma questão filosófica e conceitual do projeto, a proposta tem como prioridade manter os preços acessíveis. “Se de um ano para o outro conseguirmos negociar um fornecedor melhor que vai reduzir o custo do papel, negociar um custo melhor para a compra de material de limpeza ou desconto no aluguel do espaço, repassamos 100% disso para as famílias no ano seguinte. Buscamos eficiência sem renunciar à qualidade”.

Para as famílias brasileiras, o custo da mensalidade escolar representa uma parte significativa do orçamento doméstico. O aumento da mensalidade escolar pode ter repercussões mais amplas na economia como um todo. O aumento dos custos educacionais pode afetar o consumo das famílias em outros setores, como alimentos, vestuário e lazer, reduzindo assim a demanda agregada e impactando o crescimento econômico do país.

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