Confira análise de Álvaro Bandeira, Coordenador Macro da Comissão de Economia da APIMEC Brasil
Nesta terça-feira, 29 de abril de 2025, os mercados globais amanhecem tentando manter o otimismo registrado nas últimas sessões, ainda que em meio a sinais de cautela diante de uma semana encurtada pelo feriado do Dia do Trabalho e eventos geopolíticos relevantes. A análise é de Álvaro Bandeira, Coordenador Macro da Comissão de Economia da APIMEC Brasil.
Na véspera, o Ibovespa registrou sua sexta alta consecutiva, avançando 0,21% e encerrando o pregão aos 135.015 pontos — maior patamar desde setembro de 2024. O dólar comercial caiu pelo sétimo dia seguido, recuando 0,68% e sendo negociado a R$ 5,65. Segundo Bandeira, o movimento representou uma espécie de “freio de arrumação”, em um cenário ainda carregado de incertezas globais, mas com alguma melhora na percepção de risco.
“O dia de ontem foi como um freio de arrumação, quando o ônibus está lotado e o motorista freia”, comparou Bandeira, referindo-se à leve desaceleração dos ganhos após sucessivas altas.
Apesar do cenário menos denso, eventos como o grande apagão elétrico na Europa e a tensão envolvendo Donald Trump continuam no radar dos investidores. Trump negocia a redução de tarifas sobre automóveis, enquanto as tratativas com a China ainda se mostram turbulentas.
Panorama internacional
As bolsas asiáticas encerraram a sessão em alta moderada, com destaque para Seul (+0,68%), enquanto Tóquio permaneceu fechada devido a feriado. Na Europa, os mercados amanheceram com comportamento misto, mas mostram sinais de recuperação, com Frankfurt subindo 0,69%.
Nos Estados Unidos, os futuros das bolsas indicam abertura positiva, impulsionados pela temporada de balanços corporativos. A expectativa para hoje inclui a divulgação do saldo da balança comercial de março e o relatório JOLTS de emprego.
O petróleo Brent recuava 1,44%, cotado a US$ 64,91 o barril, refletindo informações de que a Opep+ pretende aumentar a produção. Já o minério de ferro e o cobre registravam elevações nos preços internacionais.
Brasil: dados internos no foco
No cenário doméstico, os investidores acompanham a divulgação do IGP-M de abril, além dos índices de confiança do comércio e do setor de serviços. Também será divulgado o resultado primário do governo central referente a março.
Um dado que chama atenção é o déficit em conta corrente de março, que superou o ingresso de investimento direto no país — algo que não ocorria há cinco anos.
Além dos indicadores econômicos, a política externa brasileira também ganha holofotes: o presidente Lula foi convidado pelo embaixador da Ucrânia a visitar o país antes de sua planejada viagem à Rússia.
Expectativas para o dia
De acordo com Bandeira, o cenário esperado é de:
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Ibovespa em alta, tentando romper a marca dos 137.400 pontos;
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Dólar com tendência de valorização moderada;
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Juros domésticos mais calmos.
A sustentação do fluxo de capital estrangeiro e a evolução das negociações tarifárias globais serão determinantes para a trajetória dos ativos nos próximos dias.
“Seguimos atentos para ver se o fluxo de recursos persiste e se o mercado terá fôlego para novos avanços”, concluiu Álvaro Bandeira.
