Levantamento da Associação Brasileira de Blindagem (Abrablin) mostra aumento de 11,5% em comparação com mesmo período de 2024
Novo levantamento da Associação Brasileira de Blindagem (Abraablin), com dados do Exército Brasileiro, mostra que a proteção blindada de carros permanece em alta no país. No primeiro semestre de 2025, foram blindados 22.425 veículos, 11,5% mais que o mesmo período de 2024, quando pouco mais de 20 mil carros receberam a blindagem. Estima-se que a frota blindada do país esteja perto de 425 mil veículos.
“Esse aumento constante de um mercado já consolidado no Brasil tem alguns fatores. O avanço tecnológico, que permitiu a indústria brasileira, referência mundial na blindagem, inovar com produtos e materiais que tornassem a proteção mais acessível, certificações que deram mais segurança ao consumidor e a própria cultura de segurança contribuem para este movimento”, diz Marcelo Silva, presidente da Abrablin.
No período, o Estado de São Paulo respondeu por 18.898 veículos blindados. Rio de Janeiro (1.767), Ceará (641), Pernambuco (519) e Rio Grande do Sul (259) compõem a lista dos estados que mais blindaram carros.
“Apesar de a maioria dos carros terem recebido a blindagem de nível III-A, que resiste a tiros das mais potentes armas curtas, como Magnum .44 e submetralhadoras Especificamente no Rio de Janeiro, observamos um importante aumento na procura por blindagem de nível maior, o nível III, que tem um controle maior do Exército Brasileiro, órgão responsável por regulamentar o setor, por considerar um produto controlado”, revela Silva. De acordo com a Abrablin, nos primeiros seis meses do ano, foram blindados 25 carros com este nível de proteção, a maioria destinada ao estado fluminense.
Uma das empresas que reforçam essa tendência é a Concept Be Safe. “Nos últimos meses, a solicitação para a blindagem no estado do Rio cresceu. Observamos um aumento de mais de 35% de blindagens para a região, inclusive com algumas solicitações de blindagem de nível 3, que oferece proteção contra disparos de fuzil FAL”, diz Fábio Rovêdo de Mello, diretor de Assuntos Institucionais da empresa e atual presidente da Câmara de Blindadores da Abrablin.
“O nível mais utilizado no país é o 3-A, que suporta até disparos de pistolas 9 mm e revólveres 44 Magnum, considerada a maior arma de mão. Mas, diante do armamento pesado nas mãos da criminalidade no Rio, a procura por esse nível maior de proteção tem crescido. O mesmo tem acontecido em algumas cidades fronteiriças no oeste do Brasil, especificamente com o Paraguai e Bolívia. Trata-se de um nível mais restrito e que exige autorização especial do Exército para uso de pessoas físicas e jurídicas”, explica Mello.
Segurança pública reforçada
Outro dado relevante do levantamento da Abrablin é o crescimento do número de carros blindados destinados para forças de segurança do país, os chamados (OSOP – Órgãos de Segurança e Ordem Pública), no que vem se revelando uma tendência. Em todo o ano de 2023, foram 1.518 veículos blindados. No ano passado, foram 1.960 e, neste ano, apenas no primeiro semestre já foram blindados 2.618, um salto de quase 35%.
“As forças policiais perceberam que a blindagem é um recurso importante que agrega segurança ao trabalho prestado por esses servidores na contenção ao crime, o que tem incentivado alguns governos a fazerem tal investimento”, explica Silva.
