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Notícias de incêndios estruturais batem recorde em 2024 e chegam ao maior volume da série histórica

Notícias de incêndios estruturais batem recorde em 2024 e chegam ao maior volume da série histórica / Foto: Freepik
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Monitoramento diário de ocorrências de incêndios no País, realizado pelo Instituto Sprinkler Brasil, contabilizou 2453 reportagens no ano passado ante 2222 reportagens em 2023, representando alta de 10,4%

As notícias de incêndios estruturais bateram recorde em 2024, atingindo o maior volume da série histórica, monitorada a partir de 2017. É o que aponta levantamento do Instituto Sprinkler Brasil, organização sem fins lucrativos que tem como missão difundir o uso de sprinklers nos sistemas de prevenção e combate a incêndios em instalações industriais e comerciais no País. Por meio do monitoramento diário de notícias de incêndios no Brasil, o Instituto conseguiu capturar 2453 ocorrências de incêndios estruturais em 2024, representando alta de 10,4% ante o ano anterior, quando foram registradas 2222 notícias.

Os números são os maiores já registrados pelo Instituto Sprinkler Brasil quando comparado aos anos de 2022, 2021 e 2020 (2021, 2301 e 1244 ocorrências, respectivamente). “As ocorrências de incêndio não param de crescer. Elas continuam acontecendo em função de problemas em edificações, com exemplos nas indústrias, shoppings, hospitais e outros locais. Muitas vezes esses incêndios acontecem por problemas de qualidade de equipamento, falta de manutenção, erros de projetos e de instalação, problemas de treinamento da mão de obra. O que notamos é que também há um desinteresse dos proprietários pela proteção contra incêndio, fazendo somente o mínimo necessário para ser aprovado pelos bombeiros”, relata Marcelo Lima, consultor do Instituto Sprinkler Brasil.

Os sinistros contabilizados são os chamados “incêndios estruturais”, ou seja, aqueles que poderiam ter sido contornados com a instalação de sprinklers e ocorreram em depósitos, hospitais, hotéis, escolas, prédios públicos, museus, entre outros. O Instituto Sprinkler Brasil não inclui nas estatísticas os incêndios residenciais, que apesar de também serem incêndios estruturais, não são objeto de acompanhamento porque a legislação de segurança contra incêndio não se aplica a residências unifamiliares, onde acontece o maior número de ocorrências.

A legislação de prevenção e combate a incêndios é estadual e está atualizada. A de São Paulo é uma das mais avançadas do País e serve de modelo para grande parte do Brasil. “A questão está em aplicá-la corretamente”, explica Marcelo Lima.

“O estado exige a instalação de sistemas de incêndio, mas não faz qualquer exigência quanto ao nível de qualidade dos equipamentos. Não há certificação, exceto para extintores. Com isso, temos sistemas instalados por todo o Brasil que atendem plenamente à legislação, mas que provavelmente não funcionarão e isso só será descoberto no pior momento, durante uma ocorrência de incêndio”, conclui Lima.

Uso de sprinklers ainda é tímido

Em pesquisa realizada pelo Instituto Ipsos junto a empresas multinacionais e de capital nacional com mais de 250 funcionários a pedido do Instituto Sprinkler Brasil, revelou que o grau de adoção de sprinklers nas empresas é baixo. Apenas 36% das 300 companhias entrevistadas pelo Ipsos disseram contar com sistemas deste tipo em suas instalações.

O levantamento mostrou ainda que apenas 14% das entrevistadas disseram contar com sistema deste tipo em todas as suas unidades e 22% declararam contar com o sistema em apenas algumas unidades operacionais.

O estudo detectou que o uso de sprinklers é maior entre as multinacionais. 48% das empresas estrangeiras, com operações no país, ouvidas pelo levantamento, disseram ter sprinklers em suas operações. Entre as empresas nacionais, o índice é de 34%.

O porte também influi na aderência a este tipo de tecnologia. O índice de uso sprinklers em empresas com mais de 500 funcionários é de 45%. Entre empresas menores, com 250 a 499 funcionários, o percentual é de 28%.

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