Confira análise de Nicolas Borsoi, economista-chefe da Nova Futura Investimentos
Resumo dos mercados (às 7h):
- S&P 500 Futuro: 0,40%.
- Stoxx 50: 1,40%.
- Nikkei 225: -1,45%.
- Shanghai Composite: 0,22%.
- Treasury 10 anos: queda em 3,698%.
- DXY: -0,68% em 103,97.
- Minério de Ferro (Singapura): -1,25% a US$ 115,05.
- Petróleo (Brent): -2,42% em US$ 80,32 o barril.
Em dia de ata do FOMC, dados de inflação melhores que o esperado na Europa favorecem as teses de que os Bancos Centrais podem ser mais suaves na política monetária à frente, levando a um dia de recuperação nas bolsas, impulsionadas pelas quedas nas taxas de juros globais. Nas moedas, o dólar perde de forma disseminada, enquanto as commodities caem, com os investidores precificando uma queda na demanda devido à uma recessão em 2023. Por aqui, o mercado deve seguir digerindo as últimas notícias no front político, em meio a ameaças à disciplina fiscal e à agenda de reformas, o que, em conjunto com o dia negativo para as commodities, sugere um viés negativo para o Ibovespa. Nos juros, a dinâmica de ontem deve seguir, mas a sessão deve ter um ajuste menos intenso, em meio ao alívio nos juros globais. No dólar, após a forte alta de ontem, a performance das moedas pares sugere um dia de recuperação para o real.
Ásia: dia misto para as bolsas da região, com Hong Kong liderando os ganhos, em meio a altas disseminadas, apoiada pela notícia da Reuters de que a Arábia Saudita considera cortar o preço de venda do barril de petróleo para a Ásia no próximo mês. No Japão, o PMI industrial variou de 49,0 para 48,9 pontos (exp 48,8) em dez/22. Hoje, PMI de serviços (dez/22) da Austrália às 19h e da China (Caixin) às 22h45.
Europa: apoiadas por dados melhores que o esperado, bolsas operam em alta, em meio ao alívio no front inflacionário. Na Alemanha, o HICP (inflação) teve deflação de 1,2% (exp -0,5%) em dez/22, com o acumulado em 12 meses recuando de 11,3% para 9,6%. Na França, o HICP recuou 0,1% (exp 0,3%), acumulando 6,7% em 12 meses. O PMI industrial do Reino Unido recuou de 46,5 para 45,3 pontos (prévia 44,7) em dez/22. O PMI de serviços da zona do Euro avançou de 48,5 para 49,8 pontos (exp 49,1).
EUA: apesar do clima de cautela com a ata do FOMC, futuros sobem, apoiados pelo clima global positivo e o recuo nas taxas de juros. Gastos com construção acima do consenso (exp -0,4%), com alta de 0,2% (6,7% a/a) em nov/22. O PMI industrial recuou de 47,7 para 46,2 pontos (prévia 46,2) em dez/22. Hoje, relatório JOLTS (nov/22) e PMI industrial da ISM (dez/22) às 12h, estoques de petróleo do DoE (30/dez) às 12h30, ata da decisão do FOMC (14/dez) às 16h.
Brasil: temores com relação à dinâmica fiscal doméstica, após falas de Lupi, Galípolo e Haddad, em dia de redução de risco global, desencadeou sessão azeda no mercado local, com o Ibovespa fechando aos 104.166 pontos (-2,08%), com ações sensíveis à taxa de juros liderando as perdas, enquanto exportadoras foram destaques de alta. Em dia de ganhos globais da moeda americana e piora nos termos de troca, o câmbio saltou, se aproximando da faixa dos R$ 5,50, fechando aos R$ 5,45 (1,75%). A piora na percepção de risco fiscal e a disparada no câmbio pesaram na curva de DI futuro, com o miolo da curva subindo mais de 30 pontos, com os vértices de jan/25 em diante terminando acima de 13,0%.
Em entrevista do Brasil 247, Haddad (Economia) afirmou que pretende enviar a partir de abril as medidas estruturais (arcabouço fiscal e a reforma tributária) para o Congresso, prometendo que retomará o sistema de cobrança de dívida ativa, que deve gerar uma receita de cerca de 1,5% do PIB, e negociar o ‘Desenrola’, programa de renegociação de dívidas em bancos públicos e privados. Lupi (Previdência) defendeu que a ‘antirreforma’ da Previdência será discutida. Segundo medida publica no DOU, a MP dos Combustíveis deve gerar uma perda de arrecadação de R$ 25 bi em 2023. Na agenda, IPP (nov/22) às 9h, PMI de serviços (dez/22) às 10h e fluxo cambial (30/dez) às 14h30.