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O golpe da falsa encomenda retorna no fim do ano: comércios sob pressão e consumidores mais desconfiados

person showing brown gift box
Foto: Kira auf der Heide no Unsplash

O golpe da falsa encomenda não é novidade, mas sua capacidade de se camuflar cresce a cada aumento no volume de entregas. E não há momento mais propício do que a maratona que começa com fim do ano e culmina no Natal.

O modus operandi é simples e justamente por isso funciona tão bem. O golpista se passa por um entregador ou por uma empresa de logística reconhecida. Afirma que um pacote está retido, extraviado ou que exige um pagamento adicional para liberar a entrega. A ligação ou mensagem chega exatamente quando o consumidor espera vários pedidos; o timing é sua melhor arma.

O golpe evoluiu. Já não basta copiar o nome de um comércio, plataforma ou marketplace conhecido. Os criminosos agora replicam textos completos, simulam números de rastreamento e, em alguns casos, enviam links falsos que imitam interfaces reais. O objetivo é um só: fazer com que o usuário aja rapidamente, sem verificar.

Neste ano, o contexto joga a favor dos fraudadores. Estudos regionais da AMVO e da Euromonitor indicam que a entrega em domicílio é o principal modelo de conclusão das compras online na América Latina, padrão seguido também pelo Brasil, especialmente no varejo não alimentar. Já retirar em lojas, usar lockers ou entregar a um familiar perderam força. Isso concentra milhões de entregas em um único canal (a porta da casa) e abre múltiplas oportunidades para que o crime interfira na experiência no ponto mais crítico.

A isso se soma um consumidor brasileiro cada vez mais desconfiado. Segundo o State of Customer Communication Survey, da Sinch:

  • 55% dos consumidores já receberam mensagens de empresas legítimas que pareciam fraudulentas;
  • 39% consideram as notificações in-app o canal mais seguro para evitar fraudes;
  • 69% confiam mais quando as mensagens incluem elementos verificáveis, como logotipos ou perfis oficiais.

Em outras palavras: o usuário está saturado, confuso e exposto, um terreno perfeito para o golpe.

“A autenticidade é uma estratégia para fechar a brecha da fraude. Para os comércios, a prioridade já não é apenas informar, mas confirmar quem está falando. Existem canais como RCS ou WhatsApp Business que permitem verificar contas, exibir logotipos e gerar mais confiança no consumidor. As soluções da Sinch permitem que empresas e marketplaces operem em ambientes onde a autenticidade é visível desde o primeiro contato, reduzindo a eficácia de qualquer tentativa de fraude e mantendo os consumidores mais seguros”, comenta Mario Marchetti, diretor-geral da Sinch na América Latina.

De acordo com o executivo, o RCS permite que empresas enviem notificações com selo de autenticidade: nome da marca verificado, iconografia oficial, vídeos, botões de ação e códigos únicos. Essa combinação faz com que uma mensagem falsa se torne imediatamente suspeita.

“A pergunta já não é quantas mensagens você envia, mas quantas garantem autenticidade. Um consumidor que reconhece sua marca instantaneamente é um consumidor protegido”, afirma Marchetti.

WhatsApp Business API: clareza nas atualizações críticas

Os templates verificados permitem enviar status de entrega, lembretes, alertas e comprovantes com identidade visual consistente. Isso neutraliza o caos típico do fim de ano, quando uma mensagem ambígua pode facilmente ser confundida com fraude.

Recomendações-chave para comércios digitais e marketplaces

  • Centralizar comunicações em canais verificados: RCS, WhatsApp Business API e notificações in-app;
  • Garantir identidade visual clara: logotipo, cores, links oficiais e botões seguros;
  • Automatizar todo o fluxo de entrega para evitar mensagens ambíguas ou pontos cegos;
  • Incluir orientações visíveis para que o usuário reconheça quais mensagens são realmente da marca.

“Em períodos de alta demanda, uma comunicação segura não apenas previne fraudes: ela fortalece a reputação e acelera a recompra”, reforça o executivo.

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