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O que está por trás da crise em operadoras de planos de saúde no Rio de Janeiro

Alessandro Acayaba de Toledo, presidente da Associação Nacional das Administradoras de Benefícios (ANAB) / Foto: Reprodução
Alessandro Acayaba de Toledo, presidente da Associação Nacional das Administradoras de Benefícios (ANAB) / Foto: Reprodução

Presidente da Associação Nacional das Administradoras de Benefícios (ANAB), Alessandro Acayaba de Toledo, analisa a situação e propõe soluções para melhorar a sustentabilidade do setor

Depois da Unimed Nacional, mais uma operadora de saúde suplementar enfrenta dificuldades para manter a sustentabilidade de suas operações. Agora, a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) deu à operadora de saúde Golden Cross um prazo de 30 dias para realizar a venda de sua carteira de planos de saúde e dentários. A comercialização de novos planos pela empresa também foi suspensa.

A crise da Golden Cross reflete um momento delicado para o setor no Rio de Janeiro, que já enfrenta problemas com outra operadora de grande porte, a Unimed Ferj. Juntas, as duas empresas atendem cerca de 700 mil clientes de planos médicos e 100 mil de planos odontológicos, o que representa um impacto significativo no terceiro maior mercado de saúde suplementar do Brasil, com 5,5 milhões de usuários.

Para Alessandro Acayaba de Toledo, presidente da Associação Nacional das Administradoras de Benefícios (ANAB) e especialista em direito e saúde, as crises enfrentadas pela Golden Cross e pela Unimed Ferj são um reflexo de problemas estruturais que se acumulam há anos no setor. “Estamos falando de operadoras que, por diversos motivos, não conseguiram se adaptar às crescentes demandas do mercado, à inflação médica e à necessidade de gestão mais eficiente dos custos. Esses problemas, quando não resolvidos, acabam por afetar não apenas a saúde financeira das empresas, mas também a qualidade do serviço prestado aos beneficiários”, analisa Acayaba.

Um dos maiores desafios enfrentados pela Unimed Ferj, que possui uma base de 500 mil clientes, é a dívida acumulada de cerca de R$2 bilhões com hospitais, clínicas e médicos do estado. Segundo Acayaba, dívidas como essa acabam gerando um efeito cascata, prejudicando a confiança da rede de prestadores de serviço e tornando o ambiente de saúde suplementar ainda mais instável.

“A falta de liquidez afeta diretamente a capacidade das operadoras de honrar contratos com hospitais e médicos, o que gera atrasos nos pagamentos e dificulta a manutenção da qualidade do atendimento. Isso impacta tanto os clientes, que enfrentam uma rede credenciada mais limitada, quanto os prestadores, que veem sua sustentabilidade ameaçada”, complementa o presidente da ANAB.

De acordo com Acayaba, é necessário que o setor de saúde suplementar como um todo adote medidas mais robustas para garantir sua sustentabilidade a longo prazo. “Enquanto os planos de saúde se tornam cada vez mais essenciais para os brasileiros, esse tipo de degaste gera tensões que precisam ser resolvidas. É necessário um compromisso de todas as partes envolvidas para equalizar essas questões e garantir a sustentabilidade do sistema”, finaliza.

As dificuldades enfrentadas por operadoras como a Golden Cross e a Unimed Ferj colocam em risco o atendimento de cerca de 800 mil usuários no Rio de Janeiro. Em um mercado tão relevante para a saúde suplementar nacional, as repercussões podem se estender a outras operadoras, fornecedores e, principalmente, aos pacientes, que dependem de um sistema funcional para garantir acesso a tratamentos de qualidade.

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