O Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) e a Federação Brasileira de Bancos (Febraban) firmaram nesta terça-feira acordo de cooperação técnica em ações votadas ao fortalecimento do sistema nacional de prevenção à lavagem de dinheiro. Além disso, o Relatório 2023 de Fraudes e Crimes Financeiros da Kroll mostrou que 69% das empresas globais preveem que o risco de crimes financeiros aumentará no próximo ano. Diante dessa realidade, as empresas sinalizaram que estão priorizando a tecnologia como meio de aprimorar seus processos de compliance e due diligence.
A lavagem de dinheiro apresenta um intrincado desafio de dados, pois é uma das atividades mais difíceis de detectar entre os crimes financeiros. Os custos para as instituições financeiras no mundo manter sistemas de prevenção à lavagem de dinheiro aumentaram em mais de 25% nos últimos dois anos, segundo o Banco de Compensações Internacionais (BIS, na sigla em inglês). De acordo com o órgão, “entre 2020 e 2022, esses custos aumentaram cerca de US$ 60 bilhões, ou mais de 25%, para aproximadamente US$ 274 bilhões”.
O BIS avalia que uma combinação de tecnologias emergentes, como inteligência artificial (IA), além de segurança digital e cooperação aprimorada entre instituições e fronteiras pode virar o jogo a favor do setor financeiro global. Dessa forma, soluções tecnológicas aumentam a segurança de instituições financeiras e previnem a ocorrência de crimes e fraudes.
Não só a legislação apenas se tornará mais exigente a partir de agora, como os reguladores se tornarão mais ativos ao aplicar essa legislação contra suspeitas de violações de PLD e de financiamento ao terrorismo. Não é de se surpreender, então, que, combinado com uma demanda significativa por pessoal qualificado, o custo da compliance esteja aumentando.
“As instituições financeiras não podem se dar ao luxo de adotar uma abordagem regional para a compliance. É preciso garantir que as nuances da legislação de cada país individualmente sejam compreendidas e implementadas. Os custos financeiros, legais, de reputação e estratégicos de não fazer isso são muito mais caros do que um orçamento de compliance”, afirma Thiago Barbosa, diretor executivo da LexisNexis | Nexis Solutions para a América Latina.
Segundo o executivo, “a implantação de ferramentas tecnológicas pode automatizar elementos da due diligence e revelar insights de grandes conjuntos de dados, o que não seria possível por meio de buscas manuais”. A LexisNexis é um provedor líder global de informações e análises jurídicas, regulatórias e de negócios que ajudam os clientes a tomar melhores decisões, aumentar a produtividade e atender melhor os clientes; e a divisão Nexis Solutions desenvolve produtos específicos que ajudam profissionais a tomar decisões estratégicas de negócio de forma sólida e eficiente.
“Essas ferramentas, juntamente com pessoas altamente qualificadas, provavelmente fornecem às organizações a maneira mais eficaz de reduzir o custo crescente de permanecer em conformidade. Mas o desenvolvimento e a implementação de programas robustos de compliance para a Prevenção à Lavagem de Dinheiro (PLD) continuarão a ser o maior desafio enfrentado pelas empresas de serviços financeiros no futuro próximo”, completa Thiago.