Leonardo Prado/Procuradoria-Geral da República
Vista aérea de uma reserva ianomâmi em Roraima
A comissão externa da Câmara dos Deputados que companha as violações de direitos contra a população ianomâmi reúne-se nesta quarta-feira (30) para apresentação do relatório final, da deputada Joênia Wapichana (Rede-RR). A reunião está marcada para as 13h30, no plenário 16.
O colegiado foi criado no início de maio, para averiguar a situação de crianças, adolescentes e mulheres da comunidade Aracaçá, região de Waikás, na Terra Indígena Ianomâmi, em Roraima, que teriam sido vítimas de violência praticada por garimpeiros que exploram ilegalmente a região. Na época, organizações não governamentais denunciaram o caso de uma menina ianomâmi de 12 anos que teria sido estuprada e morta por garimpeiros.
Durante os trabalhos, a comissão externa realizou diligências e audiências públicas para ouvir lideranças indígenas, ONGs, órgãos estaduais e federais sobre a situação na reserva ianomâmi.
De acordo com Joênia Wapichana, que é coordenadora da comissão e da Frente Parlamentar em Defesa dos Povos Indígenas, o caso da menina ianomâmi não é isolado. Segundo ela, nas diligências, além das denúncias de violência sexual, os parlamentares ouviram relatos sobre a entrada de álcool e armas na reserva, o que estaria ocasionando o suicídio de jovens indígenas.
A deputada lembra ainda que a Terra Indígena Ianomâmi, a maior do País, convive com histórico de invasões e violências praticadas por garimpeiros ilegais, desmatamento e contaminação dos rios, e os indígenas vem sofrendo com o aumento dos casos de subnutrição e várias doenças nessas comunidades.