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Setor jurídico adota Inteligência Artificial e dados para revolucionar recuperação de crédito

A MacBook with lines of code on its screen on a busy desk
Foto: Christopher Gower no Unsplash

Tecnologia transforma o departamento em área estratégica com impacto direto nos resultados financeiros das instituições credoras

O uso de dados e inteligência artificial tem alterado a forma como o setor jurídico atua na recuperação de crédito. Antes visto como um centro de custo, o departamento jurídico passa a ocupar um papel estratégico, contribuindo com decisões baseadas em evidências e indicadores. Essa mudança foi tema do debate “A inteligência artificial a favor da cobrança jurídica”, realizado no CMS Financial Innovation 2025, em São Paulo, no dia 12 de novembro.

Arthur Padilha, diretor de Produtos da Neurotech, defende que o jurídico precisa estar integrado ao ecossistema de crédito desde a concessão até a cobrança. “Utilizar dados complementares para priorizar as dívidas que têm maior chance de sucesso em ajuizamento aumenta, significativamente, a relação do real recuperado pelo real gasto no contencioso”, afirmou. A partir dessa lógica, a empresa desenvolveu soluções como o “Inteligência de Ajuizamento”, que cruza dados patrimoniais, societários e comportamentais para apoiar decisões jurídicas mais eficazes.

O “Inteligência de Ajuizamento” permite mapear vínculos entre pessoas físicas e jurídicas, identificar movimentações patrimoniais suspeitas e antecipar estratégias de cobrança. A ferramenta é usada por instituições financeiras para definir prioridades de ajuizamento com base em evidências concretas. A acurácia dos dados apresentados ao juiz pode ser determinante para a concessão de medidas como penhoras e arrestos.

Além dos dados estruturados, a Neurotech tem investido em análise de dados não estruturados, como áudios de ligações de cobrança. Utilizando IA generativa, a empresa desenvolveu o Bruce, solução que processa milhões de áudios simultaneamente, transcrevendo e extraindo indicadores relevantes para otimizar e hiperpersonalizar as réguas de cobrança. “Durante as abordagens de cobrança são ditas muitas informações relevantes que, atualmente, ainda são pouco utilizadas nas estratégias de recuperação, seja jurídica ou renegociação. Já vimos inúmeros casos em que a pessoa devedora sinaliza,  em várias ligações, que vai entrar com processo contra o banco ou financeira.”, disse Padilha.

Essas informações ajudam a segmentar os devedores e definir estratégias específicas. Em vez de aplicar uma régua única de cobrança, as instituições podem decidir se vale ajuizar uma ação ou tentar uma renegociação com base em padrões de comportamento e risco. A análise de dados também permite retroalimentar os modelos de crédito, ajustando políticas com base no histórico de inadimplência e recuperação.

Integração

Durante o debate, que contou com representantes de empresas como PagBank, Banco Pan, Mutant e Recuperi Tecnologia, os participantes discutiram a importância de integrar o jurídico a outras áreas da organização. A atuação conjunta com times de dados, tecnologia e crédito permite decisões mais alinhadas com os objetivos financeiros da empresa.

Padilha também destacou que a velocidade na análise e uso das informações é um fator crítico. Em casos de risco elevado, como devedores que realizam múltiplos financiamentos incompatíveis com sua capacidade financeira, a atuação rápida pode evitar perdas. “Quem conseguir ter mais velocidade e celeridade enquanto instituição financeira para atingir a pessoa na hora certa, no momento certo e com a estratégia jurídica correta, vai ter mais sucesso na cobrança jurídica”, concluiu.

A atuação da Neurotech reflete uma tendência de transformação do jurídico em uma área orientada por dados, com impacto direto nos resultados da empresa. A combinação de jurimetria, inteligência artificial e análise comportamental tem sido usada para definir prioridades de ajuizamento, calibrar políticas de cobrança e embasar decisões judiciais. Com isso, o jurídico deixa de ser apenas executor de teses e passa a atuar como agente estratégico na recuperação de crédito.

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