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Setor segurador debate os desafios e oportunidades no enfrentamento dos riscos climáticos

Dyogo Oliveira, presidente da Confederação Nacional das Seguradoras (CNseg) / Foto: Divulgação
Dyogo Oliveira, presidente da Confederação Nacional das Seguradoras (CNseg) / Foto: Divulgação

Presidente da CNseg participa do 1º Fórum IRB(P&D)

Os desafios e oportunidades no enfrentamento das mudanças climáticos pelas seguradoras e resseguradoras foram os temas apresentados pelo presidente da Confederação Nacional das Seguradoras (CNseg), Dyogo Oliveira, durante a abertura do 1º Fórum IRB(P&D), promovido pela área de pesquisa e desenvolvimento do IRB(Re), com apoio da CNseg. O evento, que teve início nesta quarta-feira (11), no Rio de Janeiro, reúne pesquisadores, representantes do setor de seguros e resseguros, startups e membros do setor público.

Para Dyogo, as seguradoras possuem três desafios principais no enfrentamento dos Riscos Climáticos. O primeiro diz respeito ao passado, referente aos produtos de seguro que já existem e não são usados; o segundo desafio é o da necessidade de desenvolvimento de novos produtos; e o terceiro é o da integração com programas públicos, com agendas do governo. “Lamento ver que a proteção que temos no Rio Grande do Sul é de menos de 10% do tamanho dos prejuízos totais que aconteceram. Temos um grande espaço para ocupar com os produtos já existentes, como o Seguro Agrícola, o Residencial e o Automóvel, por exemplo”.

Oliveira destacou que o setor segurador já vem trabalhando o tema dos riscos climáticos desde a década de 1970, sendo o primeiro segmento econômico a chamar atenção para a questão. “Mas precisamos exercer um esforço ainda maior de preparação do nosso mercado para lidar com esse risco, que está aumentando e vai continuar aumentando. Não é um pessimismo exacerbado, mas é fato que a transição climática já está presente e que não vai parar por aqui”, comentou.

Em um esforço conjunto para o gerenciamento dos riscos climáticos, a Confederação tem atuado em cooperação com o mercado, o governo, as universidades e os institutos de pesquisas, além de ter inserido o seguro nas agendas internacionais, como fóruns internacionais, participando das discussões da Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas e das discussões no G20.

O subsecretário de Reforma Microeconômicas e Regulação Financeira do Ministério da Fazenda, Vinicius Ratton Brandi, reiterou a importância de um esforço conjunto para uma atuação mais eficaz perante a realidade imposta. “O Ministério da Fazenda tem coordenado o Plano de Transformação Ecológica, uma iniciativa que também está alinhada à agenda que busca um desenvolvimento inclusivo, a partir de uma relação sustentável com o meio ambiente. No âmbito da Secretaria de Reformas Econômicas, há a condução da agenda de reformas econômicas com agendas de desenvolvimento do próprio mercado segurador”, afirmou.

As iniciativas adotadas pelo poder público podem ser melhor desenvolvidas com a participação do setor segurador, de acordo com Paulo Miller, chefe da Coordenação Geral de Estudos e Relações Institucionais da Superintendência de Seguros Privados (Susep). Para além deste tema, Miller acrescenta que o seguro ainda tem um outro papel muito importante nessa agenda, que é o do incentivo a boas práticas de gerenciamento de risco por parte dos segurados. “O setor não pode ser somente extrativista, ele tem que cultivar o risco no sentido de mantê-lo segurável, incentivando as boas práticas de gestão de risco”.

O CEO do IRB (Re), Marcos Falcão, destacou que a missão do setor é diminuir o gap de proteção para proteger o futuro da sociedade. “Me entristece quando acontece um evento como foi o do Rio Grande do Sul, onde temos uma perda segurada significativamente menor que a perda econômica. Se a gente estimar que a perda econômica foi R$ 100 bilhões, a perda segurada não chega a R$ 10 bilhões. Isso significa que a gente tem muito a fazer nesse mercado”.

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