O transporte marítimo, que responde por 90% do comércio mundial, é responsável por aproximadamente 3% das emissões de gases de efeito estufa (GEE). De acordo com o compromisso da Organização Marítima Internacional (IMO, na sigla em inglês), esse volume deverá ser reduzido pela metade até 2050. O tema foi abordado no evento "Estratégia da Indústria para uma Economia de Baixo Carbono", organizado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) nos dias 16 e 17 de agosto.
Durante o encontro, o head de Descarbonização da Organização Marítima Internacional, Roel Hoenders, destacou o desafio do setor para reduzir as emissões, dadas as dificuldades para se encontrar alternativas que substituam os geradores atuais. “Em relação à participação do transporte marítimo, de 3%, talvez não pareça um valor muito alto, mas é muito parecido com a contribuição de um país como Alemanha ou México. Assim como esses estados, nós, como setor, precisamos descarbonizar e tomar ações de avanço, porque as emissões estão aumentando e não diminuindo”, pontua.
“De qualquer maneira, em 2018, nós acordamos que a estratégia seria revisada até 2023, incluindo novos níveis de ambição, e estamos negociando essa estratégia a ser revisada para os estados-membros”, complementa.
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O mestre em transporte pela Universidade de Brasília, Emmanuel Aldano, explica que, de certa forma, o investimento em transporte marítimo acarreta em vantagens ambientais e econômicas. Para ele, os ganhos surgem a partir da substituição de fluxo de caminhões por transporte de cabotagem, por exemplo.
“A grande vantagem de você migrar essa carga para operações de modo transporte de alta capacidade, como a cabotagem marítima, é que você desafoga as rodovias, aumenta a eficiência econômica dessas operações e consequentemente, você melhora o meio ambiente. Para a indústria, é muito importante que essa descarbonização das operações logísticas também venha com esse olhar da eficiência econômica”, pontua.
O evento
O evento foi uma preparação do setor para a 27ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP27), que será realizada em novembro, no Egito.
O intuito do encontro foi discutir a contribuição do país para atingir as metas de redução de emissões de gases de efeito estufa estabelecidas no Acordo de Paris, assim como as oportunidades de negócios para a descarbonização da indústria nacional.