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Vale alimentação e refeição via Pix: entenda o que está em jogo com a discussão sobre benefícios corporativos

Foto por: Hermes Rivera/ Unsplash Images
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CEO do Pinbank explica que o potencial modelo de pagamento pode ameaçar um mercado consolidado e trazer mais riscos

Recentemente, o governo federal anunciou que pretende reduzir gastos revendo a estrutura do PAT (Programa de Alimentação do Trabalhador), aplicado a profissionais com carteira assinada. Para alcançar esse objetivo, diversas discussões e propostas foram levantadas, como a permissão para que empresas depositem diretamente os valores de vale-alimentação e vale-refeição nas contas dos funcionários via Pix, sem depender de operadoras, como Sodexo, Alelo ou VR.

Para Felipe Negri, CEO do Pinbank, one-stop-bank-provider com um ecossistema completo de soluções financeiras, essa decisão pode trazer um grande impacto para um segmento extremamente robusto no território brasileiro, já que tornaria os cartões de VA e VR algo opcional e não mandatário, podendo mudar drasticamente o setor. “Os cartões de benefícios possuem um papel fundamental dentro do mercado atualmente, já que são o formato ‘oficial’ de recebimento dos benefícios alimentícios. Diminuir a relevância representa uma ameaça direta a um modelo de negócio totalmente consolidado, impactando diretamente nessas empresas e suas centenas de colaboradores”, diz.

De acordo com dados do próprio governo federal, o PAT atende mais de 21 milhões de profissionais brasileiros e 300 mil empresas. Ao todo, o segmento movimenta cerca de R$ 170 bilhões anualmente.

Quanto à taxa cobrada nas transações pelas marcas do segmento, a chamada MDR (Merchant Discount Rate ou Taxa de Desconto do Comerciante), varia de 3,5% e 4,5%, conforme a ABBT (Associação Brasileira das Empresas de Benefícios ao Trabalhador). Segundo o executivo, o debate para padronizar esse valor não necessariamente caminha para a diminuição de gastos, já que outros custos estariam envolvidos com a implementação do Pix.

“Mais do que olhar para a operação em si, devemos nos atentar para a regulamentação sólida que existe no mercado de cartões de benefícios corporativos, que acaba evitando prejuízos muito maiores se comparados às suas cobranças”, explica.

Pix parcelado VS cartão de crédito

As mudanças no PAT fazem parte de uma série de debates sobre o uso do Pix no território brasileiro, que estão sendo analisados pelo Banco Central e pelo mercado como um todo. Outro exemplo disso é o Pix parcelado, modalidade que já foi incorporada por algumas instituições financeiras, mas ainda não se oficializou.

Nesse tipo de parcelamento, apenas os bancos e os adquirentes atuam como validadores das operações. Isso difere dos cartões de crédito, que possuem mais intermediários, como as próprias bandeiras, e acabam fortalecendo a segurança das transações com mais etapas de validação e garantidores. Dessa forma, o Pix parcelado deixa os “recebedores” – como os varejistas – mais expostos a calotes, uma vez que há menos elementos para blindar o processo.

Negri reforça que essa falta de proteção contra fraudes ainda não trouxe um apelo mercadológico para a possível modalidade. “O Pix é uma grande inovação, mas é importante entender quando e como utilizá-lo. Uma eventual liberação oficial do seu parcelamento não se trata de ‘fugir do tradicional’, mas sim da abertura de brechas para a ação de agentes mal-intencionados. Os riscos são maiores do que as oportunidades, por isso as empresas e órgãos governamentais precisam pensar duas vezes sobre o que estão abrindo mão para realizar essa transformação”, conclui.

 

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