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VCs e CVCs terão retomada de investimentos em 2024, aponta Head de Investimentos da Wayra Brasil

Wana Schulze, Head de Investimento e Portfólio da Wayra Brasil e Vivo Ventures – Foto: Divulgação

Para Wana Schulze, apesar da cautela, a expectativa é de um ano mais otimista para as startups com volta de unicórnios latino-americanos em potencial

Após o recuo dos VCs (Venture Capital) observados em 2023, o mercado projeta uma retomada em 2024. Dados de uma pesquisa da KPMG mostraram que o investimento global em venture capital caiu mais de 67% no primeiro trimestre de 2023, alcançando o menor patamar dos últimos seis anos para o período. Apesar da cautela, a expectativa é de um 2024 mais otimista. Números da Abvcap ajudam a reforçar essa perspectiva, evidenciando um aumento de 23% das aplicações em Private Equity, Venture Capital e Corporate Venture Capital no segundo trimestre na relação com o período imediatamente anterior.

“Estamos diante de uma cuidadosa virada, que vem logo depois de um período difícil para o mercado. Aos poucos, os investidores prometem retomar o fôlego, o que nos traz perspectivas positivas para este ano, com especial interesse em iniciativas empreendedoras nos setores de saúde, educação, novas tecnologias e serviços digitais, que seguem apresentando forte demanda de mercado”, avalia Wana Schulze, Head of Investment & Portfolio da Wayra Brasil e Vivo Ventures, CVCs (Corporate Venture Capital) da Telefónica/Vivo

Para a especialista, os investimentos com foco no curto e médio prazo devem ser vistos, por exemplo, em startups com soluções voltadas para áreas como cuidados médicos digitais, integração entre sistemas, otimização de custos, automações nos lares e inovação para a educação. Já no longo prazo, é inegável o potencial da inteligência artificial, porém a realidade do mercado e os desafios logísticos apresentam um quadro mais complexo, tanto para investidores quanto para startups. “Aquelas que conseguirem se adaptar às demandas em constante evolução do mercado e ambiente regulatório, além de inovar, serão as que terão mais chances de sucesso. Para os investidores, o ponto chave será equilibrar o entusiasmo em torno das possibilidades da IA com uma abordagem pragmática de investimento, focando em startups que demonstram caminhos claros para escalabilidade e rentabilidade. À medida que o cenário de IA continua a evoluir, também evoluirão as estratégias para investimento e crescimento neste setor sempre dinâmico”, analisa Wana.

Outro ponto relevante para o ecossistema empreendedor será a volta de unicórnios latino-americanos em potencial. Mais da metade dos times de Corporate Venture Capital não realizaram exits no último ano, de acordo com um levantamento do SVB e PitchBook. Além disso, o surgimento de unicórnios enfrenta queda de 40% no terceiro trimestre de 2023, alcançando o mais baixo patamar dos últimos seis anos. Para 2024, com especialistas otimistas com a retomada dos investimentos, o mercado deve observar um grande volume de startups preparadas para escalar com velocidade. Atualmente, o Brasil tem 26 unicórnios, de acordo com dados da Sling Hub e cerca de 14 mil startups no País, segundo a Associação Brasileira de Startups (ABStartups).

“De modo similar ao que acontece no mercado de ações, os investidores sabem que historicamente a retomada tende a gerar bons resultados no retorno de investimentos, já que muitos empreendedores podem estar refinando suas estratégias para deslanchar assim que conseguirem conquistar um novo aporte de capital”, finaliza a Head of Investment & Portfolio da Wayra Brasil e Vivo Ventures.

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