É o quarto mês seguido de queda. Os três macrossetores registraram baixa, mas o resultado foi afetado principalmente por Serviços, que caiu 7,1%
As vendas no Varejo em outubro de 2023 caíram 4,1%, descontada a inflação, em comparação com o mesmo mês de 2022, aponta o Índice Cielo do Varejo Ampliado (ICVA). É o quarto mês seguido de queda. Em termos nominais, que espelham a receita de vendas observadas pelo varejista, a queda foi de 1,2%.
Os três macrossetores (Bens Duráveis, Bens Não Duráveis e Serviços) registraram baixa. Serviços foi o que mais caiu, com 7,1%, afetado principalmente pelo resultado de Bares e Restaurantes. A retração do faturamento de Bens Não Duráveis foi de 3,5%, influenciado pelo setor de Varejo Alimentício Especializado. Já em Bens Duráveis e Semiduráveis, cujas vendas caíram 3,2%, o principal responsável foi o segmento de Vestuário e Artigos Esportivos.
Efeitos de calendário contribuíram para a retração. Outubro de 2023 teve um sábado a menos que o mesmo mês de 2022 — dia tradicionalmente forte para o Varejo. O feriado do Dia de Nossa Senhora Aparecida, que ocorreu em uma quinta ante uma quarta no ano anterior, também trouxe impacto negativo.
“A queda de outubro tem relação com efeitos de calendário e troca de dias. Além disso, é possível que o estímulo ao consumo proporcionado pelos empréstimos federais concedidos a pessoas físicas em outubro do ano passado tenha colaborado para uma base de comparação mais elevada”, afirma Carlos Alves, vice-presidente de Tecnologia e Negócios da Cielo.
Inflação
O Índice de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), prévia do IPCA divulgada pelo IBGE, registrou alta de 0,21% para o mês de outubro. Segundo o instituto, o principal impacto de alta vem do aumento de preço das passagens aéreas.
Ao ponderar o IPCA e o IPCA-15 pelos setores e pesos do ICVA, a inflação do varejo ampliado acumulada em 12 meses em outubro foi de 3,1%.
Regiões
De acordo com o ICVA deflacionado e com ajuste de calendário, os resultados de cada região em relação a outubro de 2022 foram: Sudeste (-2,8%), Sul (-3,0%), Centro-Oeste (-3,2%), Nordeste (-3,6%) e Norte (-3.8%).
Pelo ICVA nominal – que não considera o desconto da inflação – e com ajuste de calendário, os resultados de cada região foram: Sul (+0,3%), Centro Oeste (+0,1%), Sudeste (0,0%), Norte (-0,3%) e Nordeste (-0,5%).
Sobre o ICVA
O Índice Cielo do Varejo Ampliado (ICVA) acompanha mensalmente a evolução do varejo brasileiro, de acordo com as vendas realizadas em 18 setores mapeados pela Cielo, desde pequenos lojistas a grandes varejistas. Eles respondem por mais de 900 mil varejistas credenciados à companhia. O peso de cada setor no resultado geral do indicador é definido pelo seu desempenho no mês.
O ICVA foi desenvolvido pela área de Inteligência de Mercado da Cielo com o objetivo de oferecer mensalmente uma fotografia do comércio varejista do país a partir de informações reais.
Como é calculado
A unidade de Inteligência de Mercado da Cielo desenvolveu modelos matemáticos e estatísticos que foram aplicados à base da companhia com o objetivo de isolar os efeitos do comportamento competitivo do mercado de credenciamento – como a variação de market share – e os da substituição de cheque e dinheiro no consumo. Dessa forma, o indicador não reflete somente a atividade do comércio pelo movimento com cartões, mas, sim, a real dinâmica de consumo no ponto de venda.
Esse índice não é de forma alguma a prévia dos resultados da Cielo, que é impactado por uma série de outras alavancas, tanto de receitas quanto de custos e despesas.
Entenda o índice
ICVA Nominal – Indica o crescimento da receita nominal de vendas no varejo ampliado do período, comparando com o mesmo período do ano anterior. Reflete o que o varejista de fato observa nas suas vendas.
ICVA Deflacionado – ICVA Nominal descontado da inflação. Para isso, é utilizado um deflator que é calculado a partir do Índice Nacional de Preços ao Consumidor
Amplo (IPCA) e do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), apurados pelo IBGE e ajustados ao mix e pesos dos setores contidos no ICVA.
Reflete o crescimento real do varejo, sem a contribuição do aumento de preços.
O novo modelo contempla informações do IPCA entre o primeiro e 11º mês e do IPCA-15 referentes ao 12º mês. No mês seguinte, o histórico do dado deflacionado será ajustado com a aplicação do IPCA daquele mês, podendo conter uma variação marginal.
ICVA Nominal/Deflacionado com ajuste calendário – ICVA sem os efeitos de calendário que impactam determinado mês/período, quando comparado com o mesmo mês/período do ano anterior. Reflete como está o ritmo do crescimento, permitindo observar acelerações e desacelerações do índice.