Parcerias estratégicas criam ambiente propício ao crescimento de negócios; Grandes empresas aproveitam oportunidade para adquirir parceiros e expandir mercado
À medida que o mercado de venture capital se torna mais restrito em relação à captação de investimentos, uma tendência emergente aponta para a busca de alternativas por parte das startups. Diante dessa realidade, as fusões e aquisições estão surgindo como uma estratégia promissora para impulsionar o crescimento e a sobrevivência dessas empresas.
“Enquanto algumas startups encontram desafios na obtenção dos investimentos necessários para sustentar seu desenvolvimento contínuo, há empresas com recursos disponíveis e que estão aproveitando essa conjuntura para adquirir potenciais parceiros estratégicos”, explica Tiago Vailati, sócio da Questum M&A e Investimentos em Startups, que ressalta que a tendência beneficia principalmente startups em fases iniciais. A análise está alinhada com um levantamento que indica que o comportamento observado em 2022, quando houve a redução drástica de grandes negócios avaliados em mais de US$ 1 milhão, deve se repetir nos próximos meses (WTW).
“Fica cada vez mais claro que a conclusão sobre o que vimos no mercado de venture capital no ano de 2021 foi um misto de uma fase com a barra mais baixa no que se refere a critérios para aporte e um menor capricho nas diligências. Não à toa, observamos casos de startups captando mais de uma vez no mesmo ano. Reflexos de um momento de bonança, juros baixos e dinheiro sobrando. Hoje, é possível fazer um balanço daquela época e concluir que houve, sim, erros. Quem teve humildade para assumir, certamente aprendeu e está mais preparado para este novo momento em que vivemos”, acrescenta o executivo.
Ao vender seus negócios, as startups podem obter uma saída estratégica, recuperando parte do capital investido e redirecionando seus esforços para novos projetos ou áreas de negócio promissoras. Por outro lado, as empresas que adquirem essas startups têm a oportunidade de incorporar tecnologias inovadoras, talentos qualificados e uma base de clientes estabelecida, acelerando seu próprio crescimento e fortalecendo sua posição competitiva.
“Está claro que o mercado nos dias atuais espera um perfil mais fundamentalista por parte dos empreendedores, com diligências mais apuradas e uma cobrança maior para se enxergar métricas operacionais que conversem com uma tese de crescimento sustentável, é justo que empreendedores mais fundamentalistas encontrem bons parceiros para financiar suas startups. Dinheiro existe, ele apenas está mais exigente. Ou quem sabe, encontrou a melhor versão para calibrar o seu modus operandi”, pontua.
A estratégia de M&A pode trazer benefícios significativos para as partes envolvidas, pois as startups encontram uma oportunidade de escalar serviços e de continuidade, enquanto as empresas adquirentes expandem sua presença no mercado e se beneficiam das sinergias geradas pelas aquisições.
Nesse contexto, é fundamental que as startups avaliem cuidadosamente suas opções e busquem parcerias estratégicas que possam impulsionar seu crescimento. “A consolidação por meio de um M&A é hoje uma estratégia eficaz para enfrentar os desafios atuais e estabelecer uma posição sólida em um mercado cada vez mais restrito”, conclui Vailati.