Estimativa foi apresentada nessa quinta-feira, dia 30, pela Coface, referência mundial em seguro de crédito e especializada na gestão de riscos comerciais e em proteção contra a inadimplência
A economia global deve ter desaceleração no ritmo de crescimento em 2024, principalmente em consequência da estagflação, que combina inflação elevada, estagnação econômica e aumento do desemprego, nos países mais ricos, compensada em parte pela resiliência de nações emergentes como o Brasil. A estimativa foi apresentada nessa quinta-feira, dia 30, pela Coface, referência mundial em seguro de crédito e especializada na gestão de riscos comerciais e em proteção contra a inadimplência.
De acordo com Bruno de Moura Fernandes, diretor de Pesquisa Macroeconômica da Coface, o PIB global deverá crescer 2,1% em 2024, em comparação a uma estimativa de 2,5% para este ano e depois de registrar alta de 3,1% em 2022. O PIB menos aquecido deve abranger nações como os Estados Unidos (previsão de crescimento de 2.0% este ano e de 0,9% em 2024), China (5,0% versus 4,3%), Índia (6,3% versus 5,0%) e Brasil (2,8% e 1,4%, respectivamente).
Um dos motivos para essa retração, segundo o estudo da companhia, é a persistência da inflação. “Os preços das matérias-primas tiveram altas moderadas em geral este ano, mas ainda estão muito acima dos níveis registrados antes da pandemia”, lembra Fernandes. “A moderação no reajuste dos preços de energia reduziram a inflação, mas a alta dos preços está se estendendo”.
De olho nesse cenário, a Coface acredita que os Bancos Centrais – principalmente os de países mais ricos – tenderão a manter níveis elevados de juros nos próximos trimestres, o que pode levar a um quadro de estagflação.
Na América Latina, a inflação tem registrado queda em vários países mas o crescimento econômico tem sido modesto e há várias situações diferentes na região, afirma a Coface: enquanto Brasil e México mostram resiliência aos impactos negativos, a Argentina convive com inflação em alta e crescimento em queda, com poucas perspectivas de melhorar esse quadro no médio prazo mesmo com o novo governo eleito este mês.
Um ponto de atenção do estudo global da Coface foi o crescimento da quebra de empresas em grande parte dos países analisados, como Alemanha, França, Reino Unido, Estados Unidos – quadro que se repete também em nações com perspectivas econômicas mais favoráveis, como o Brasil, onde o número de recuperações judiciais e falências tem batido sucessivos recordes.
A Coface realiza regularmente estudos sobre a economia global. De origem francesa, a companhia atua há 75 anos e atende empresas em mais de 100 países.