Diretora da BNP Paribas Cardif Brasil aponta necessidade de mais mulheres em cargos de alta liderança

Fernanda Campos, diretora de recursos humanos e ESG da BNP Paribas Cardif Brasil / Foto: Divulgação
Fernanda Campos, diretora de recursos humanos e ESG da BNP Paribas Cardif Brasil / Foto: Divulgação

Fernanda Campos compartilha experiência da companhia no desenvolvimento de novas lideranças

As mulheres preenchem 54,4% dos cargos nas seguradoras, conforme aponta levantamento de 2022, divulgado pela Escola de Negócios e Seguros (ENS). Fernanda Campos, diretora de recursos humanos e ESG da BNP Paribas Cardif Brasil, destaca a importância no aumento da presença feminina em cargos de liderança. “A começar pela conquista de direitos civis, como a participação política e o acesso à educação. A mulher tem se tornado mais protagonista da sua própria história, uma voz cada vez ativa na sociedade – ocupando o mercado de trabalho, especializando-se em universidades e adquirindo independência financeira. Isso faz com que haja muito espaço e oportunidades para o surgimento de grandes líderes, e assim mais mulheres passaram a trabalhar como gerentes, diretoras, CEOs etc.”, afirma a executiva.

Fernanda aponta que as organizações precisam, primeiramente, ouvir as mulheres para desenvolver suas novas lideranças de forma equilibrada. “[É preciso] conhecer suas demandas e especificidades, reconhecendo inclusive os diferentes perfis e origens”, indica. “Algumas mulheres podem não ter tempo ou rede de apoio para que possam se aprofundar nos estudos ao mesmo tempo que precisam cuidar de sua vida particular, o que dificulta que elas atinjam melhores posições no mercado de trabalho. Para elas, é necessária uma atenção diferenciada. Há também aquelas que já estão em cargos de liderança e, por vezes, o que pode ocorrer é a resistência diante dos pares masculinos, que estão desacostumados a lidar com mulheres tomando decisões”, completa a diretora de recursos humanos e ESG da BNP Paribas Cardif no Brasil.

Ainda segundo a executiva, “as mulheres têm realidades muito distintas e um trabalho efetivo de promoção de novas lideranças precisa estar atento à diversidade e propor soluções que atendam às especificidades das colaboradoras e acelerem suas carreiras, além de desenvolver também os homens, em temáticas como viés inconsciente por exemplo”.

Confira entrevista na íntegra realizada pelo Universo do Seguro com Fernanda Campos, diretora de recursos humanos e ESG da BNP Paribas Cardif Brasil:

Universo do Seguro: Como a BNP Paribas tem atuado para conquistar sua meta de 50% de mulheres em cargos de alta liderança até 2030?

Fernanda Campos: Em março, nós firmamos o compromisso de termos 50% de mulheres nos cargos de alta liderança (superintendentes, diretoras e diretoras executivas) na empresa. Além de também chegar a 50% de mulheres nos cargos de liderança gerais (incluindo coordenadoras e gerentes). Esse compromisso é reafirmado com a adesão da BNP Paribas Cardif ao Movimento Mulher 360, instituição que reúne empresas para promover a participação de mulheres no mundo corporativo e que utiliza as mesmas metas estipuladas pelo Movimento Elas Lideram 2030, do Pacto Global da ONU, que visa aumentar a quantidade de mulheres em cargos de alta liderança para 30% até 2025 e 50% até 2030.

Para avançar nessa pauta e preparar as nossas colaboradoras, também estamos lançando a Academia de Mulheres, um programa de capacitação de colaboradoras que dará subsídios para que elas possam se desenvolver e atingir cargos executivos. Os treinamentos devem acontecer ao longo de cerca de um ano, pautados em habilidades comportamentais (soft skills) e conhecimentos técnicos (hard skills).

Outro ponto de grande relevância é a questão da equidade salarial. Esse é um tema levado bastante a sério dentro da BNP Paribas Cardif, que já promove a prática utilizando uma metodologia de mercado, que equipara os salários de homens e mulheres com as mesmas atribuições.

Sabemos que existem diferenças salariais explicáveis, que se justificam pela experiência do profissional, histórico, conhecimento de empresa e performance. Mas, também, existem diferenças não-explicáveis, que podem ser causadas por vieses inconscientes e outros problemas de ordem social. Nossa intenção é identificar essas possíveis diferenças não-explicáveis e, caso existam, eliminá-las por meio de estratégias que foram criadas especialmente para a nossa realidade. 

Universo do Seguro: Como funciona e como foi o desenvolvimento da Academia de Mulheres?

Fernanda Campos: A Academia de Mulheres foi projetada com muita atenção para que possamos atender às demandas das nossas colaboradoras e da empresa, pois queremos ter o maior aproveitamento possível do potencial das nossas profissionais, preparando-as para os desafios que o crescimento de carreira traz.

Trata-se de um programa de desenvolvimento criado em parceria com a Fundação Getúlio Vargas, com um ano de duração e módulos que vão abordar temas como gestão econômica dos negócios, macroeconomia e finanças, vendas e negociação, inovação e transformação digital e ainda terá um módulo dedicado a liderança, comunicação e influência. 

As mulheres também participarão de mentorias cruzadas que terão como objetivo o desenvolvimento de soft skills e capacitações com profissionais de áreas internas da companhia para promover uma visão 360º do negócio. 

Universo do Seguro: Quais capacitações profissionais e formações são recomendadas para quem deseja conquistar posições de liderança?

Fernanda Campos: Não existe uma receita de bolo, vale a pena investir tanto em ações pontuais e de curto prazo, quanto em projetos mais impactantes e ambiciosos. O que percebemos é que as mulheres ainda sentem muito a necessidade de estarem mais preparadas para os temas que optamos por abordar na nossa Academia. Finanças e tecnologia, por exemplo, são assuntos que, muitas vezes, estão mais distantes do nosso cotidiano. 

Sabemos que um mix interessante é o que estamos propondo: educação formal, mentorias, networking e autoconhecimento. Essas capacitações e formações podem impulsionar muito as mulheres em posições mais estratégicas, emponderando-as em suas carreiras e impactando a sociedade como um todo de forma positiva.

Por fim, Fernanda Campos demonstra que a diversidade traz novas perspectivas ao mundo corporativo. “É imprescindível promover a liderança feminina, permitindo que novas ideias e soluções sejam desenvolvidas”, sinaliza. “Quando mantemos um determinado grupo social ocupando posições de liderança, os vieses desse grupo se perpetuam, impedindo que novas possibilidades surjam nos negócios. Quando trazemos diversidade e equidade de gênero para os cargos de liderança, é possível que haja contrapontos e novas ideias surjam”, finaliza a diretora.

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