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Equidade na prática: 3 dicas para ampliar a consciência de gênero nas empresas

Carine Roos, CEO e fundadora da Newa / Foto: Paulo Liebert / Divulgação
Carine Roos, CEO e fundadora da Newa / Foto: Paulo Liebert / Divulgação

Carine Roos, CEO da Newa, consultoria de impacto social, compartilha insights essenciais para eliminar os vieses de gênero nas organizações

O relatório “The Ready-Now Leaders”, da organização Conference Board, destaca que empresas com pelo menos 30% de mulheres em cargos de liderança têm 12x mais chances de estar entre as 20% melhores em desempenho financeiro. Este fenômeno se atribui à eficácia das lideranças femininas em todos os níveis gerenciais e faixas etárias.

Segundo Carine Roos, fundadora e CEO da Newa, consultoria de impacto social, pelo fato dos homens controlarem a maior parte das instituições, muitas  mulheres acabaram buscando caminhos que não dependessem da força para avançar em seus direitos, que somado o papel de cuidado, acabaram desenvolvendo habilidades aprendidas como empatia, compaixão, escuta, conexão, qualidades essas que todas as pessoas podem aprimorar.

Ainda, o estudo “Mulheres no Ambiente de Trabalho 2023”, da consultoria McKinsey & Company, revela que elas enfrentam desafios em uma proporção significativamente maior do que os homens. Por exemplo, têm o dobro de chances de serem interrompidas e de receberem comentários sobre o seu estado emocional. Para mulheres negras, essas experiências são ainda mais exacerbadas, com 37% delas se sentindo excluídas, 44% relutantes em discordar de seus colegas e 45% temendo penalidades por seus erros.

Sendo assim, apesar dos avanços na inclusão feminina no mercado de trabalho e na liderança das companhias, muitas ainda enfrentam uma sobrecarga de responsabilidades, assumindo múltiplos papéis frequentemente sem apoio adequado. Essas disparidades persistem em grande parte devido à estrutura social patriarcal, que valoriza a “racionalidade” associada ao ser homem, relegando às mulheres o papel da “economia do cuidado”. Para promover uma mudança efetiva nesse cenário, é crucial abordar as raízes do problema. Nesse sentido, Carine Roos, mestre em Gênero pela London School of Economics and Political Science – LSE, oferece três dicas para ajudar as organizações a aumentar a consciência de gênero:

1 – Esteja atento para os vieses inconscientes

É fundamental compreender as necessidades individuais dos colaboradores para desenvolver ações afirmativas concretas. “Isso requer uma abordagem inclusiva e personalizada, levando em consideração as diferentes origens e experiências de cada membro da equipe. Por isso, é essencial oferecer treinamentos regulares sobre vieses inconscientes para todos os colaboradores, visando aumentar a conscientização e promover uma cultura inclusiva”, afirma Carine.

2 – Reconheça o trabalho das mulheres em sua organização

É muito comum que as empresas acabem focando em como quebrar o ‘teto de vidro’ para trazer mais mulheres para a alta liderança, mas acabam negligenciando as necessidades das que estão na base da pirâmide social, enfrentando o ‘chão pegajoso’. “Sobre esse ponto, é importante destacar que, para promover a justiça de gênero nas organizações, é necessário que estas se comprometam com o desenvolvimento e a melhoria da qualidade de vida de todas as mulheres no ambiente de trabalho”, explica Carine.

3 – Mude a cultura organizacional

De acordo com a CEO e fundadora da Newa, em certas ocasiões é necessário entrar ainda mais fundo nas normas culturais, missão e valores das organizações. “Se elas perpetuam visões estereotipadas dentro das empresas, o problema pode partir daí. Isso envolve promover o entendimento do poder a partir de uma perspectiva decolonial e revisar comportamentos machistas. Além disso, é importante explorar e desenvolver novas formas de expressão emocional, visando criar um ambiente saudável e inclusivo”, reitera. “Outra medida importante, é a implementação de políticas de licença parental equitativas, incentivando tanto homens quanto mulheres a assumirem responsabilidades familiares independente do gênero”, conclui a especialista.

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