Rogerio Melfi demonstra como o Open Insurance pode propiciar mais negócios e integrar o mercado de seguros ao sistema financeiro nacional
Rogerio Melfi, Gerente de Open Finance da TecBan, aborda com exclusividade ao Universo do Seguro todos os detalhes sobre o atual panorama do Open Insurance no Brasil. O especialista demonstra como essa novidade pode propiciar mais negócios e integração do mercado segurador no sistema financeiro nacional.
“Aqui na gerência da TecBan cuidamos de todo o segmento de mercado financeiro. Olhamos para o mercado bancário, para o mercado segurador e, também, para o mercado de investimentos. A cerca de dois, três anos atrás começou a implementação do Open Banking e isso foi mexendo com o compartilhamento de dados cadastrais, dados de contas, produtos de crédito e avançou para dados de produtos de previdência privada, por exemplo. Esse movimento começou há aproximadamente dois anos no mercado segurador, com a regulamentação do Open Insurance e é muito importante que esses cronogramas de implementação sejam os mais próximos possíveis, para possibilitar o compartilhamento adequado de informações dos usuários e não gerar nenhuma desinformação”, explica Melfi.
Ajustes no cronograma do Open Insurance
Segundo o especialista, ajustes no cronograma de implementação do Open Insurance são naturais. “De nada adianta ter um cronograma mais reduzido e, de repente, você ter erros que geram insatisfação. O foco é trazer os benefícios que o usuário espera. Aqui trabalhamos como uma empresa de tecnologia que visa diminuir esse tempo de implantação que as seguradoras precisam. Trazemos uma solução para elas acelerarem e minimizarem o impacto de toda essa implementação do Open Insurance com a qualidade e segurança que esse sistema precisa”, demonstra o Gerente de Open Finance.
Na visão de Rogerio Melfi, as empresas precisam começar a se preparar para receber esses dados de compartilhamento. “Hoje vemos a participação de mais de 300 instituições financeiras no Open Finance. O mercado segurador pode se preparar para compartilhar essas informações com qualidade e pensar nos benefícios que isso irá trazer para o usuário final, o segurado neste caso”, analisa.
“A expectativa é que o compartilhamento de dados possa desencadear na criação de soluções, produtos, serviços e ofertas mais adequadas à realidade do cliente”, diz Melfi. Ele compara a chegada do Open Insurance com a existência dos aplicativos de streaming, que oferecem recomendações com base nas preferências e no perfil do espectador. “É como se o mercado segurador conseguisse ler meus dados financeiros, dados de outros produtos de seguros que eu tenho e trabalhar, neste sentido, para oferecer outros produtos como a previdência, capitalização, um seguro de vida e, assim, essa personalização acontecerá realmente com base em um contexto que fará muito mais sentido para que a companhia faça suas ofertas de maneira mais adequadas e no momento mais adequado. Isso deve aumentar a conversão e, consequentemente, o mercado de seguros”, complementa.
Dados são protagonistas
Nesse sentido, os dados ganham ainda mais protagonismo nas operações financeiras. Para o executivo da TecBan, os dados são considerados o “novo petróleo” nos dias de hoje. “É preciso ter uma inteligência e um tratamento dos dados, refiná-los para transformá-los em soluções que atendem muito melhor os clientes. Isso tudo acaba gerando oportunidades para o mercado crescer em uma concorrência muito sadia, porque este mercado tem muito para crescer ainda e trazer mais benefícios para os consumidores”, resume.
Importância para o corretor de seguros
Além disso, Rogerio Melfi destaca o contexto de transformação econômica e digital que a sociedade está ultrapassando. “Os corretores de seguros precisam se atualizar para atender seus clientes através de um site, de aplicativos, do WhatsApp e se digitalizar para utilizar cada vez mais essas ferramentas”, projeta.
“O Open Insurance é um combustível que irá fomentar mais clientes. Com mais informações disponíveis, as seguradoras podem prover dashboards e dados para que o corretor consiga acompanhar o comportamento de seus clientes. O corretor vai ter acesso a uma melhor qualidade de dados dos segurados”, comenta Melfi. O entrevistado, contudo, compara o avanço do trabalho dos corretores de seguros como o já ocorrido com os assessores de investimentos. “Com a ajuda digital, esse profissional vai conseguir atender um maior número de clientes e, como diz uma frase muito conhecida do mercado: ninguém acorda querendo contratar seguro, então o papel do corretor de seguros é trazer essa educação e essa visão”, acrescenta ao enfatizar que o papel do corretor continua sendo e será, por muito tempo, fundamental para o ecossistema de seguros.
Expertise para implementar o Open Insurance
Segundo Melfi, a TecBan conta com toda expertise necessária para tornar todo esse processo mais funcional e prático, reduzindo os custos de implantação para seguradoras, por exemplo. “Somos uma empresa de tecnologia com mais de 40 anos no mercado. Um dos produtos que todos devem conhecer é o Banco 24 Horas, uma rede de caixas eletrônicos disponível em mais de 24 mil pontos de atendimento pelo Brasil. Esse é um serviço compartilhado entre várias instituições financeiras que usam essa rede e, com isso, a gente consegue levar todo esse canal de distribuição para os clientes. Essa é a mesma lógica que trazemos para o Open Finance e para o Open Insurance também”, exemplifica.
“A gente construiu uma solução tecnológica que atende seguradoras e o mercado como um todo para cumprir toda a regulação da Superintendência de Seguros Privados (Susep) e a autorregulação que existe dentro deste setor. Por isso, temos um padrão de APIs com certificados de segurança que vão se atualizando ao longo do tempo, por exemplo”, afirma Rogerio Melfi. “A gente olha para a regulação, para a tecnologia, a gente entende isso e implementa uma solução que visa facilitar a inclusão de cada vez mais seguradoras dentro do Open Insurance, tanto no compartilhamento, como no envio e recepção desses dados. É preciso também que as companhias tomem como decisão de negócio fazer o tratamento dessas informações”, finaliza.