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Fusões e aquisições na América Latina diminuem 23%; perspectiva é de retomada no segundo semestre, segundo Aon e TTR

Fusões e aquisições na América Latina diminuem 23%; perspectiva é de retomada no segundo semestre, segundo Aon e TTR / Foto: Constantin Wenning / Unsplash Images
Foto: Constantin Wenning / Unsplash Images

Brasil liderou o mercado em número de operações e valor agregado nos primeiros seis meses do ano

A Aon plc (NYSE: AON), empresa referência global em serviços profissionais, aponta que o mercado latino-americano de fusões e aquisições (M&A) caiu 23% no primeiro semestre de 2023 em comparação ao mesmo período de 2022. O estudo da TTR em parceria com a Aon registrou um total de 1.447 transações, entre anunciadas e fechadas, com valor total agregado de US$ 35,671 bilhões.

Embora os resultados revelem que o valor somado das operações teve uma queda de 30% e o número de transações tenha caído próximo de 23% em relação ao mesmo período do ano passado, Felipe Junqueira, head of M&A and Transaction Solutions para a América Latina na Aon, explica que, apesar do impacto da alta incerteza nos países da região, “podemos observar uma clara recuperação no mercado transacional. A retomada do interesse chinês em grandes transações na América Latina, aliada ao nível de ‘Dry Powder’ da maioria dos investidores de private equity, além da existência de teses de investimento consistentes em mercados específicos e relativamente novos, tendem a impulsionar as transações no segundo semestre”, destaca.

Essa perspectiva esperançosa sobre o setor de M&A da região é reforçada pela pesquisa global realizada recentemente pela Aon e Mergermarket com executivos seniores de equipes de desenvolvimento corporativo, empresas de capital de risco e bancos de investimento, bem como líderes de M&A . Quase metade dos entrevistados (46%) acredita que a quantidade de negócios a nivel global aumentará um pouco ou significativamente nos próximos 12 meses. Outros 20% expressaram que o os números para o próximo ano permaneceriam em linha com os números atuais.

Entretanto, como observa a pesquisa, o sentimento favorável não significa necessariamente que o caminho no resto do ano será tranquilo: riscos climáticos, fiscais e cibernéticos a incerteza geopolítica colocam à prova estratégias de fusões e aquisições diante de uma volatilidade altamente variada e simultânea. “Os responsáveis pelas operações devem ser proativos na análise e controle dos riscos da melhor forma possível, estabelecendo planos de mitigação para aqueles que estão fora de seu controle e utilizando soluções de transferência de risco quando disponíveis”, ressalta Junqueira.

O relatório TTR e Aon também destaca o apetite de investidores estrangeiros por empresas latino-americanas. No primeiro semestre de 2023, o interesse externo veio principalmente da América do Norte (219), Europa (148) e Ásia (29). Já os investimentos de empresas latino-americanas no exterior nesse período foram para América do Norte (47 operações) e Europa (37).

Brasil liderou as transações do semestre

O Brasil voltou a liderar o ranking dos países mais ativos da região, com 868 operações (queda de 34% em relação ao primeiro semestre de 2022), com um capital mobilizado em termos interanuais de US$ 18,135 bilhões (redução de 44 % com relação ao mesmo período do ano passado).

Além disso, o país foi destaque pela transação mais importante do primeiro semestre de 2023: a Actis, empresa britânica de private equity, que adquiriu 11 data centers da Nabiax, empresa controlada pela Asterion Industrial Partners e que conta com participação da Telefónica.

Os setores brasileiros que mais conquistaram investimentos foram: Internet, software e serviços de TI, consultoria profissional de suporte ao negócio (Business & Professional Support Services), softwares específicos para determinadas indústrias (cuja participação caiu 46%, sendo o setor que menos gerou interesse em investimentos neste semestre, comparado com o mesmo período de 2022) e outros serviços financeiros.

Os países que mais se interessaram em adquirir ou fundir empresas no Brasil foram os Estados Unidos, com 71 transações no valor de US$ 2,380 bilhões, o Reino Unido, com 26 transações no valor de US$ 1,581 bilhões, a Alemanha, com 10 transações no valor de valor de US$ 1,487 bilhões, e Portugal, com 8 operações no valor de US$ 1,166 bilhões.

“Devido ao tamanho e a estabilidade do nosso mercado, desde recursos naturais à nossa localização estratégica, o Brasil tem sido tradicionalmente a opção preferencial para M&A de empresas na América Latina. Embora tenhamos lidado recentemente com conflitos geopolíticos globais, inflação, altas taxas de juros e mudanças políticas e econômicas, podemos visualizar a retomada de investimentos no setor de energia, especialmente as renováveis, como reflexo do movimento de Transição Energética e ESG”, comenta Thiago Lang, diretor de M&A and ESG Solutions para Aon no Brasil.

De acordo com o relatório da TTR com a Aon, em termos de volume de transações de M&A na América Latina, o Chile ocupa o segundo lugar, seguido pelo México, Colômbia, Argentina e Peru. No entanto, as posições mudam dependendo do valor agregado, com o México em segundo lugar, seguido por Chile, Peru, Colômbia e Argentina.

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