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Inflação de alimentos desafia restaurantes: IPCA revela tendência contrária às expectativas

Mudanças nas preferências alimentares dos consumidores impulsionam restaurantes para uma economia mais verde / Foto: Divulgação
Mudanças nas preferências alimentares dos consumidores impulsionam restaurantes para uma economia mais verde / Foto: Divulgação

Desaceleração do IPCA para Alimentos contrasta com a realidade dos bares e restaurantes, aponta Bianca Fraga, especialista em negócios gastronômicos

Os desafios enfrentados pelos restaurantes brasileiros ganham nova perspectiva com os dados recentes do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), divulgados pelo IBGE nesta quarta-feira. Enquanto a inflação de alimentos registrou uma alta de 0,53% em março, desafiando as expectativas e contribuindo para uma desaceleração do índice, a realidade dos estabelecimentos gastronômicos permanece desafiadora. Segundo a especialista em negócios gastronômicos Bianca Fraga, a discrepância entre o comportamento do IPCA e a prática dos restaurantes evidencia um panorama econômico complexo para o setor.

A desaceleração da inflação para o mês de março, conforme revela o IPCA, contraria as projeções dos economistas, que esperavam um aumento de 0,25%. O índice, que acumula alta de 1,42% no ano e de 3,93% nos últimos 12 meses, destaca o grupo de Alimentação e Bebidas como o principal impulsionador dessa variação. No entanto, enquanto os dados apontam para um cenário de controle de preços nos supermercados e estabelecimentos de varejo, a realidade dos restaurantes sugere um quadro distinto. “Apenas uma fração dos estabelecimentos repassaram os aumentos de custo para os consumidores, evidenciando os desafios enfrentados pelo setor para manter suas margens de lucro em um contexto econômico desafiador”, revelou a especialista Bianca Fraga.

Segundo a análise da consultora de food service, o congelamento dos preços justifica ainda a alta no último Índice de Confiança do Consumidor (ICC), que foi divulgado pela FGV com um aumento de 1,6 ponto neste mês de março. Após duas quedas consecutivas, essa é a maior alta em 2024. “Depois do Natal, férias e início do ano escolar, passamos por um período mais difícil no comércio. Agora a tendência é que as pessoas voltem a gastar mais, sair mais e pedir com mais frequência nas plataformas de delivery. Os empresários têm de estar preparados pra isso”, explica Fraga, que já educou mais de mil donos de estabelecimentos gastronômicos sobre gestão financeira.

Outro índice que corrobora a confiança do consumidor são os dados do índice da Abrasel-Stone – que mede o volume de vendas no setor de bares e restaurantes– de fevereiro, que aponta um aumento de 2,2% ante uma queda de 5,1% no volume das vendas em janeiro. Para a especialista em negócios gastronômicos Bianca Fraga, datas comemorativas, do primeiro semestre, como a Páscoa, Dia das Mães e Dia dos Namorados impulsionam esse crescimento e podem ser uma boa oportunidade para fidelizar a clientela.

“O consumidor está cada vez mais à procura de praticidade, seja pela falta de tempo ou pelo custo x benefício de comer fora e isso tem impulsionado a movimentação nos bares e restaurantes em datas especiais. O empresário do setor precisa entender que essas altas são uma oportunidade para fidelizar uma clientela nova. Entender de fidelização é entender como o cliente vai dar o próximo passo com o seu negócio, comprando algo de ticket maior, uma experiência mais premium ou em maior quantidade. É nessas ocasiões que podemos oferecer experiências diferenciadas com preços maiores para que possamos ter maior margem líquida no final das ações”, pontua.

Diante do cenário econômico atual, Bianca aponta os principais pontos de atenção que os estabelecimentos gastronômicos devem ter na hora de planejar suas ações para os próximos meses. “Fazer estoque com insumo mais barato não é necessariamente a solução para os problemas. É muito comum vermos, em época de inflação e taxa de juros menores, as pessoas comprando demasiadamente para estocar e não precisar pagar mais caro nos insumos lá na frente. Mas essa ação nem sempre vem com tantos benefícios assim. Se você não tiver histórico de venda e capacidade de comercializar um alto fluxo de produtos, pode acabar com bastante dinheiro parado em estoque e devendo juros, multas e cheque especial”, ressalta a especialista que tem o selo de Expert do iFood, além de ser proprietários de dois restaurantes na cidade do Rio de Janeiro.

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