De acordo com Rodrigo Nadal, co-Country Manager da Bravo, ciclos de dívidas e empréstimos não acontecem apenas com pessoas de baixa renda
Segundo a Peic, o índice de endividamento da população entre 3 a 5 salários mínimos é de 28,9%. Na faixa de 5 a 10 salários mínimos, esse número sobe para 78,9%, e entre os que ganham acima de 10 salários, o índice é de 67,6%. Em todos os recortes, a proporção da população endividada aumentou de maio para junho.
De acordo com Rodrigo Nadal, co-Country Manager da Bravo, empresa especializada em negociação e quitação de dívidas pessoais, no Brasil, existem muitos fatores que colocam o brasileiro no apuro financeiro. “Quando se fala de uma pessoa que está em situação de dívida, é comum associar o endividamento a pessoas de baixa renda que não sabem lidar com os próprios gastos, mas isso nem sempre reflete a realidade. Mesmo com renda de muitos salários mínimos mensais, as pessoas têm o risco de se endividarem. Falta educação financeira.”
A Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), da Confederação Nacional do Comércio (CNC), mostra que fatores econômicos externos combinados, como inflação alta e os juros elevados, reduzem drasticamente a capacidade de pagamento, enquanto a falta de educação financeira perpetua ciclos de inadimplência. A Selic elevada, somada à inflação persistente, encarece as parcelas e operações financeiras, dificultando a recuperação e agravando o ciclo de endividamento. O uso do cartão de crédito, o cheque especial e os empréstimos se tornam ainda mais comuns nesse cenário econômico, contribuindo para o aumento do endividamento.
O comprometimento da renda familiar com dívidas atinge quase 30%, concentrando-se principalmente no uso de cartão de crédito. Esse patamar elevado reduz significativamente a margem para quitação de débitos e novos investimentos. “O ciclo de inadimplência se retroalimenta: famílias endividadas recorrem continuamente ao crédito para cobrir despesas básicas, enquanto a redução dos prazos para quitação dificulta o planejamento financeiro”, comenta o executivo da Bravo. A situação se agrava quando o acesso a crédito com juros mais baixos se torna restrito.
Lidar com dívidas vai muito além de números. envolve emoções, pressões e decisões difíceis que, muitas vezes, não são tomadas com racionalidade. Por isso, existem empresas e profissionais especializados em auxiliar pessoas em situação de dívidas e inadimplência. Ele pode, por exemplo, fazer cálculos para apresentar se a melhor solução é segurar uma dívida, tentar quitar num feirão ou qual credor deve ter a dívida quitada antes.
“Contar com um profissional especializado em negociação de dívidas pode fazer toda a diferença. Mais do que apenas intermediar acordos, essa pessoa atua como um apoio estratégico na tomada de decisões, ajudando o cliente a entender suas finanças com clareza, a fazer as contas com precisão e a identificar quais dívidas devem ser priorizadas. Em momentos de aflição, ele se torna um ponto de apoio, oferecendo não só orientação técnica, mas também segurança para que a pessoa consiga sair da inadimplência de forma sustentável e planejada”, conclui Nadal.