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IPVA 2025: pagar à vista ou parcelar?

Avança Projeto de Lei para proteção obrigatória de motoristas de aplicativo / Foto: Airam Dato-on / Pexels
Foto: Airam Dato-on / Pexels

Análise de Thaísa Durso, educadora financeira da Rico, explora as opções de pagamento e estratégias para melhorar o orçamento

O início de 2025 chega com um tsunami de compromissos financeiros: as festas de fim de ano deixaram resquícios no cartão, o IPTU e o IPVA batem à porta, e para quem tem filhos, há matrículas e materiais escolares.

Com tantas despesas acumuladas, ter um planejamento financeiro bem estruturado é essencial para começar o ano no azul. Neste texto, com foco especial no IPVA, vamos entender as opções de pagamento e avaliar estratégias que podem otimizar seu orçamento, ajudando você a iniciar o ano com mais tranquilidade e controle financeiro.

Pagar à vista com desconto ou parcelar e investir o dinheiro?

Para ajudar a responder essa pergunta, resolvemos simular as duas principais possibilidades: pagar à vista com desconto ou investir e pagar as parcelas ao longo do tempo. 

Nessa simulação, consideramos um carro de R$120 mil, em que a alíquota do IPVA é igual a 4%, resultando em um imposto no valor de R$4.800. Confira as opções a seguir:

Pagamento à vista com desconto:

Nessa opção, o desconto de 3% pelo pagamento à vista permite que você quite o imposto por R$4.656, economizando R$144,00.

Contudo, é importante lembrar que o IPVA é uma despesa planejada e não deve ser coberta com sua reserva de emergência. Essa reserva deve ser destinada a imprevistos, como despesas médicas ou reparos emergenciais, e deve corresponder a 6 a 12 meses das suas despesas mensais.

Se utilizar a reserva para quitar o IPVA, você corre o risco de comprometer sua segurança financeira nos próximos meses. Ou seja, o pagamento à vista pode ser uma opção para quem se planejou antecipadamente e separou um valor além da reserva de emergência para quitar esse imposto.

Parcelamento em cinco vezes (sem juros):

Nessa opção, simulamos o pagamento em cinco parcelas de R$960, totalizando os mesmos R$4.800. Essa opção alivia o impacto financeiro imediato, mantendo sua reserva intacta. Além disso, ao diluir o pagamento, você pode usar o saldo disponível para outras prioridades, como quitar dívidas com juros mais altos ou evitar novas dívidas.

Uma possibilidade seria pagar a primeira parcela (R$960) e investir o restante do valor disponível (R$3.840) em um título conservador, como o Tesouro Selic, que atualmente rende 12,25% ao ano e permite o resgate em 1 dia, sendo o investimento recomendado para esse tipo de operação.

Esse processo seria repetido nos meses subsequentes, com o saldo restante diminuindo a cada pagamento de parcela e os rendimentos reduzidos proporcionalmente. Ao final do quinto mês, quando todas as parcelas forem quitadas, o rendimento bruto acumulado total seria de R$95,62.

Comparando as opções

O resultado desse exercício mostra que o retorno final de R$95,62 para quem parcela e investe o valor é bem inferior ao desconto de R$144,00 oferecido para o pagamento à vista. Isso demonstra que, nesse caso, pagar o IPVA à vista é a escolha mais vantajosa financeiramente, já que o desconto supera os rendimentos obtidos ao investir o valor restante após cada parcela.

Se pagar à vista comprometer suas reservas ou fluxo de caixa, o parcelamento se torna uma alternativa mais segura. Ele permite distribuir o impacto financeiro ao longo de cinco meses, dependendo das regras do seu estado. Contudo, é fundamental adotar disciplina para não atrasar os pagamentos e evitar problemas como multas ou juros, que podem aumentar o custo total do imposto.

Uma alternativa para parcelar o IPVA é o uso do cartão de crédito, permitindo dividir o valor em parcelas fixas diretamente na fatura. Esse método elimina a necessidade de acompanhar mensalmente os vencimentos do imposto, já que você pagará apenas a fatura do cartão.

No entanto, antes de optar por essa modalidade, avalie se os juros aplicados no parcelamento via cartão de crédito são competitivos. Em algumas situações, os juros podem superar o desconto oferecido para o pagamento à vista, comprometendo ainda mais seu orçamento.

Por isso, é essencial calcular o impacto financeiro dessa escolha e compará-lo com as demais alternativas. Caso os juros sejam altos, o parcelamento direto oferecido pelo estado, que geralmente é sem juros, pode ser a melhor solução para equilibrar as despesas.

Quem se planeja paga menos

Vale lembrar que quem se planeja, criando uma reserva para o pagamento de contas previstas, pode “pagar ainda menos”, uma vez que o valor necessário para atingir o valor à vista é ainda menor para quem investe com antecedência.

Um investidor que se planeje para acumular o valor para o pagamento à vista com desconto (R$4.656,00) precisaria investir cerca de R$372,00 por mês durante 1 ano, para o objetivo de pagar o próximo IPVA. Ou seja, teria desembolsado apenas R$4.465 para o pagamento à vista com desconto, considerando a rentabilidade atual da Selic (12,25% ao ano).

 Opções Vantagem financeira
A vista (3% de desconto)  R$ 144,00
Parcelado investindo  R$   95,62
Criando uma reserva com 12 meses de antecedência  R$ 334,26

Ou seja, quem se planeja para acumular uma quantia para o pagamento de contas à vista que oferecem desconto tem ainda mais vantagem, pois utiliza o poder dos juros compostos a seu favor.

Por fim, a escolha entre pagar à vista ou parcelar depende das suas prioridades financeiras atuais:

  • Se você tem uma reserva de emergência sólida e deseja aproveitar o desconto imediato, o pagamento à vista pode ser uma boa opção. 
  • Se prefere manter o fluxo de caixa mensal mais leve, o parcelamento sem juros oferece flexibilidade. 
  • Se busca maximizar o retorno do seu dinheiro, investir o valor disponível após o pagamento da primeira parcela é uma alternativa, mas menos vantajosa neste cenário. 

A chave para tomar a melhor decisão é analisar o impacto de cada cenário no seu orçamento, considerando não apenas o custo imediato, mas também o potencial de ganho a curto prazo. Afinal, decisões financeiras bem-informadas não apenas aliviam o presente, mas também constroem um futuro mais estável e próspero.

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