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Negociações de compra ou venda de empresas podem afetar o preço das ações?

Lucas Sharau, assessor de investimentos na iHUB Investimentos / Foto: Divulgação
Lucas Sharau, assessor de investimentos na iHUB Investimentos / Foto: Divulgação

Venda do grupo GPA, privatização da Copel; negociações importantes para a valorização ou desvalorização de empresas

Todas as empresas listadas em bolsa são negociadas em tempo real durante o horário de funcionamento do mercado. Grandes movimentos de preços são provocados por volumes de compras ou vendas, normalmente acompanhado de algum fato relevante que, até sua publicação, é velado ao público até se tornar oficialmente publicado ou efetivado.

Até o momento, o ano de 2023 mostrou diversas negociações importantes para players do mercado, que foram desde abertura de capital, follow ons, emissão primárias de crédito privado a fechamentos de capital e recuperações judiciais; levando a variações no preço das ações.

Nomes como Americanas, Pão de Açúcar, Vale, Marfrig, Minerva são exemplos de negociações que mexeram diretamente com o preço dos papéis das respectivas companhias. Dando maior movimentação ao mercado acionário.

“Quando ocorre a notícia de alguma grande negociação, o preço das ações tende a sofrer a correção deste acontecimento, buscando refletir as expectativas futuras esperadas deste acontecimento diretamente nos preços”, comenta Lucas Sharau, assessor na iHUB Investimentos.

Toda negociação reflete diretamente no preço?

Nem toda negociação conduz automaticamente a um aumento no preço das ações de uma empresa. De acordo com a teoria de Dow, co-fundador da Dow Jones & Company, o preço já incorpora todas as informações disponíveis naquele momento, abrangendo desde especulações e notícias até eventos relevantes, distribuição de lucros e perspectivas futuras.

Uma negociação exerce influência principalmente nas projeções sobre o futuro da companhia e em aspectos relevantes, como sua lucratividade. O efeito de uma negociação nas cotações das ações de uma empresa é resultado de uma miríade de fatores.

Para exemplificar, considere o caso da Empresa A, que estabeleceu uma parceria estratégica com uma líder do setor ou iniciou uma relação comercial para receber um aporte financeiro relevante. Isso resultou em um aumento gradual do preço de suas ações, à medida que os investidores reconheceram o potencial sinérgico da colaboração.

Por outro lado, uma outra empresa, chamada Empresa B, enfrentou uma aquisição mal-sucedida, ou adquiriu um outro grupo que possuía maquiagem contábil em suas contas, que a sobrecarregou com dívidas e desafios operacionais não previstos. Como consequência, o valor de suas ações caiu drasticamente, refletindo a preocupação dos investidores com a viabilidade a longo prazo dessa negociação.

“Em resumo, compreender o impacto das negociações nas ações de uma empresa requer uma avaliação holística, considerando tanto os elementos tangíveis quanto os aspectos subjetivos que podem moldar a percepção do mercado”, afirma o assessor.

As diversas negociações

Importante player no cenário supermercadista brasileiro, o grupo GPA, detentor da marca Pão de Açúcar, passou por uma série de negociações no primeiro semestre. A situação mais recente é em relação à cisão com o grupo colombiano Éxito, através de uma redução de capital.

A cisão já era fato relevante do grupo GPA desde o mês de abril, quando sinalizou o pedido de segregação entre os negócios, sendo deferido pela CVM (Comissão de Valores Mobiliários). Desde então, corre o boato que supostamente o banqueiro colombiano Jaime Gilinski estaria interessado em realizar a compra de grande parte do grupo Éxito para obter controle da companhia (50% + 1 ação) e teria se reunido com os controladores do GPA por diversas vezes ao longo do ano para tentar realizar esta compra, sem ter sido bem sucedido até então.

Algumas estatais também entraram no circuito de negociações, como é o caso da Copel. O Estado do Paraná era detentor de 69,66% das ações da estatal elétrica, sendo o controlador da empresa.

No mês passado, o governo do Estado do Paraná concluiu com êxito o processo de privatização da Copel através de um follow-on na bolsa de valores. A oferta teve emissão de novas ações e a venda de participação do governo, movimentando R$5,3 bilhões.

Após o anúncio de Fato Relevante indicando negociações, é hora de comprar?

Realizar compras e vendas se fundamentando em boatos, negociações e expectativas podem ser assertivas ou falhas, é necessário cuidado com esse tipo de operação. Sempre há os riscos da operação que está realizando e com o máximo de capital exposto.

“Para acertar mais, mire em longo prazo. É impossível prever o futuro, porém aspectos fundamentais tendem a se manter perenes, setores bem estruturados, uma boa diversificação de carteira e um constante acompanhamento dos números da companhia são fatores fundamentais para reduzir grande parcela do risco e ser mais bem sucedido em operações em renda variável”, finaliza Sharau.

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