Com alta capacidade de analisar dados, inteligências artificiais auxiliam rotinas médicas, financeiras e do público, sugerindo nova era na inovação
A inteligência artificial tem despertado o interesse de todos os círculos sociais, não apenas dos interessados em tecnologia, ocupando espaços mais expressivos com o tempo. Prova disso está nos números: mais de 90% dos brasileiros dizem saber o que é inteligência artificial e 68% disseram ter conhecimento básico sobre o assunto, como aponta pesquisa, realizada em julho deste ano, pela Opinion Box sobre a percepção da IA no Brasil.
Mas, antes mesmo de chegar ao público final, as inteligências artificiais têm sido revolucionárias no desenvolvimento de soluções corporativas. Entre os segmentos que vêm se destacando em meio a esse cenário, estão o de saúde e o financeiro.
Joel Backschat, CIO da multinacional brasileira FCamara, ecossistema de tecnologia e inovação que potencializa o futuro de negócios, defende que o setor de saúde também tem sido impactado pela IA como base para melhorar as tomadas de decisões clínicas e principalmente os diagnósticos médicos.
“Estudos sugerem que a inteligência artificial pode auxiliar com lembretes personalizados de medicamentos, aconselhamento nutricional e monitoramento de sintomas em tempo real, por exemplo. Além de favorecer a comunicação entre o corpo médico e pacientes nas instituições de saude”, conta.
Recentemente, por exemplo, uma equipe de pesquisadores composta por membros da Insilico Medicine, de Hong Kong, e da Universidade de Toronto levaram apenas 46 dias para identificar novos medicamentos em potencial após análise complexa de grandes bancos de dados de moléculas. Esses resultados só foram possíveis com o auxílio de inteligências artificiais robustas, capazes de processar muitos dados em alta velocidade; o que mostra que a tecnologia pode ser capaz, ainda, de descobrir novos recursos e padrões para tratamentos de doenças.
Já para o setor financeiro, o executivo destaca que a aplicação da inteligência artificial já é uma realidade em operação a todo vapor. Hoje, grandes instituições financeiras utilizam IAs para aprimorar análises de crédito, prevenir fraudes e personalizar ofertas para clientes. Além disso, ela é capaz de entender os padrões e analisar o mercado financeiro, oferecendo percepções importantes que ajudam a tomar melhores decisões de investimento.
O interesse pelas ferramentas também alcançou gestores de empresas de todos os tamanhos. Para Backschat, distribuir a IA generativa nos chatbots para o atendimento do público, por exemplo, foi uma decisão excepcional das lideranças. IA generativa é aquela capaz de gerar texto, imagens ou outras mídias em resposta a comandos, como o Chat GPT.
“Usar um dos modelos de interação humana mais simples que existem trouxe um toque de requinte e sutileza nunca visto aos bots e serviços automáticos de atenção ao consumidor. Se pudesse destacar um ponto nesse fenômeno, eu destacaria a acessibilidade imediata que faz com que a IA generativa se diferencie de todas as IAs que a precederam. Aqui se dispensou qualquer necessidade de diplomas ou conhecimento prévio para interagir ou obter valor dela. Praticamente qualquer pessoa que possa fazer perguntas pode usá-la”, conta o CIO.
Ao mesmo tempo, o executivo entende o esforço e a dose de inovação e criatividade por trás da suposta simplicidade. “Reforço que nada disso é possível sem uma expertise técnica necessária, arquitetura de dados, modelo operacional e processos de gestão de riscos que algumas das implementações mais transformadoras da IA gerativa exigem e exigirão”, diz Joel.